Mal viramos a página para o começo da offseason e já nos deparamos com uma das pautas mais enfadonhas da NFL atual: o New Orleans Saints está acima do teto salarial da liga. De acordo com o Over The Cap, são cerca de US$ 83.5 milhões além do salary cap.
Não é um problema novo, pelo contrário: todo ano esse assunto volta à tona e, de alguma forma malandramente surreal, o general manager Mickey Loomis e sua diretoria encaixam as finanças do time dentro do teto estimado para competir na temporada em questão. Algo que começou ainda na era Drew Brees e que seguiu nos últimos anos: a mais recente, por exemplo, foi a troca por Derek Carr.
Só que existem alguns problemas na última frase. 1) Brees se aposentou em 2020. 2) Todos os nomes que vieram depois dele – Andy Dalton, Jameis Winston, Taysom Hill e o próprio Carr – não ofereceram muitas chances de levar a franquia aos playoffs. 3) O elenco carece de profundidade há tempos. 4) Qualquer possibilidade de melhora, seja via free agency ou draft, acaba travada em algum momento na questão da folha, sem contar manter alguns de seus principais talentos. 5) Sem resolver as carências do seu elenco, qualquer briga por playoff não é pensada à longo prazo e o futuro fica comprometido: no caso dos Saints, a bola de neve aumenta a cada ano.
Leia também: 5 principais histórias da intertemporada de 2024
Come sardinha e arrota caviar
Não tem nada melhor que defina os últimos anos da franquia do que aquela velha frase que você já ouviu de pai, mãe, avós e tios do pavê – e que hoje nem faz tanto sentido, de tão cara que está a sardinha. No começo, as pedaladas fiscais tinham um objetivo claro: montar um elenco competitivo para brigar por um bicampeonato. O tempo se mostrou rigoroso com os Saints e o sonho de mais um anel com Brees não virou realidade. Até aí, tudo bem: quando você tem um quarterback futuro Hall of Famer, esse esforço vale a pena. O problema é quando se insiste na mesma receita de sucesso sem o ingrediente diferenciado, porque o resultado só será um: mediocridade.
