A fatura chegou e a realidade se impôs. Por anos, o New Orleans Saints brincou com o salary cap, fazendo de tudo para manter o time em marcha alta para brigar por campeonatos. Sim, a equipe bateu ponto nos playoffs das últimas temporadas, mas, quando Drew Brees e Sean Payton disseram adeus, o baque foi forte.
Tiveram de se contentar com Jameis Winston/Andy Dalton, viram as fraquezas serem expostas e só não foram meros coadjuvantes na temporada devido à fraca divisão. Resultado: dois anos sem adentrar os playoffs. Algo precisaria ser feito. Percebendo que a NFC South não tende a ser tão melhor, New Orleans agarrou a oportunidade e trouxe Derek Carr para ser seu novo quarterback. A posição de passador era o grande déficit da equipe e a melhora é instantânea.
Colocar um nome eficiente e confiável na posição mais importante do jogo é o primeiro passo para voltar a ser relevante. Ponto para Mickey Loomis. No entanto, isso está longe de colocar a equipe em um bom patamar. Em uma divisão tão frágil, vencê-la não é uma tarefa difícil. Sendo assim, é preciso buscar mais. Os Saints estão preparados para isso?
Falta de profundidade pode custar caro
Eu diria que Loomis é um homem que gosta de viver uma vida de emoções. Nos últimos anos a estratégia da franquia foi de gastar o que achasse necessário, sem se importar com os limites da liga. Salary cap? A gente se vira depois! Estamos no início de 2023 e os Saints já estão endividados em US$ 75 milhões de dólares para a próxima temporada. Não me preocupo com a resolução – já que o general manager demonstrou outras vezes que consegue manejar isso -, mas com as consequências para com o time.
No fim das contas, o valor da folha salarial pode ser manejado; como isso impacta na formação da equipe, não. Hoje, o corpo do elenco de New Orleans continua forte, como sempre, em várias frentes. O preço da gastança, porém, é cobrado na profundidade do grupo. O nível da rotação não acompanha o dos titulares.
Cameron Jordan perdeu a companhia de Marcus Davenport e David Onyemata. Chris Olave vai ter que torcer muito para que Michael Thomas consiga estar em campo (e como ele voltará após três temporadas devastadas por lesões?). Na forte secundária, o raciocínio se mantém: uma lesão e vai tudo para o espaço.
O foco em manter as estrelas diminuiu a possibilidade de criar um elenco forte como um todo. Você pode tentar fugir do salary cap, mas, em algum momento, as suas amarras serão impostas. Arriscar ir para a temporada sem profundidade no elenco é uma atitude impensada. Ao menos, a franquia tem oito escolhas no próximo Draft para angariar jovens talentos que amenizem essa dificuldade. Se fizer um bom trabalho, Loomis evitará um grande empecilho.





