Sam Darnold precisa exorcizar os fantasmas

Quarterback do New York Jets tem que mostrar em 2020 que é mais que uma promessa

Se existe uma cidade nos Estados Unidos em que a imprensa esportiva é implacável, essa é New York. Jogar na metrópole é um desafio e tanto, pois a mídia especializada não é das mais pacientes e usa de todo seu poder para criar uma narrativa, produzindo um culpado e estampando seu rosto na capa de jornais, revistas e sites de forma implacável. Para 2020 um nome já é forte candidato a ser o “escolhido” para ser alvo das críticas: o quarterback Sam Darnold, do New York Jets.

Indo para sua terceira temporada na NFL, Darnold precisa mostrar serviço na liga de uma vez por todas. Ao final deste ano, os Jets terão que decidir se querem ativar o seu quinto ano de seu contrato ou não. Parece meio tolo discutir se uma franquia optará por ter mais tempo do quarterback que foi a escolha de número três do Draft de 2018, mas não é. Mitchell Trubisky foi o segundo geral do Draft de 2017, mas não teve seu vínculo estendido pelo Chicago Bears. Sem comparar talento, que é subjetivo, a pergunta é: o que Darnold fez melhor que Trubisky em seus dois primeiros anos?

A comparação é justa

Claro que ler isso assusta, mas não se engane: os dois tiveram números muito mais parecidos do que se imagina. A verdade é que se criou uma narrativa sobre Trubisky que ainda não recaiu sobre Darnold: a do quarterback que, mesmo com uma ótima defesa, perde jogos importantes por seus erros; porém, a defesa dos Jets já foi a sétima na temporada passada em jardas cedidas e, com uma leve melhora, em especial contra passe, entrará na elite da liga. Ou seja, o prato está quase pronto para ser servido.

Números de Trubisky e Darnold nos dois primeiros anos, conforme o site Pro Football Reference.

Que fique claro, não estou desconsiderando as mazelas pelo qual o quarterback dos Jets teve que passar: falta de recebedores, proteção medonha, Adam Gase e uma mononucleose que o fez perder jogos. São alguns dos fatores que prejudicaram seu desempenho, mas convenhamos: ele não é o único quarterback que enfrenta problemas. Se você é uma escolha número três do Draft, o que se espera de seu trabalho é que ele minimize estragos e não simplesmente deixe tudo igual. Se fosse para manter tudo na mesma, o time poderia ter ficado com Josh McCown.

É hora de exorcizar os fantasmas

Darnold tem talento e disso não tenho dúvidas. Lembro muito do processo de scouting dele antes do Draft e de como eu amava sua coragem e precisão para colocar a bola em janelas apertadas. Fora isso, não era um jogador que se apavorava no pocket e sabia se manter dentro dele até o limite, sem se precipitar. É óbvio que na NFL o nível das pancadas e a velocidade do jogo são diferentes, mas em determinados momentos a impressão é o que signal caller dos Jets joga acuado, com medo.

É preciso uma reviravolta, um sacolejo, uma temporada diferente em 2020. O Darnold que disse estar vendo fantasmas ao voltar para sideline depois de lançar uma interceptação terrível contra o New England Patriots tem que ficar no passado. É necessário que desempenhos como da semana 6, quando o camisa 14 dos Jets lançou para mais de 300 jardas e conduziu sua equipe a vitória contra o Dallas Cowboys, sejam mais constantes. 

A NFL não é uma liga onde quarterbacks podem se dar ao luxo de viver de flashes. Solidez e poder de decisão são fatores primordiais, ainda mais para quem foi escolhido com tanta expectativa ao seu redor. Espasmos de qualidade já foram mostrados por muitos, inclusive pelo comparado Trubisky. Tenho convicção que Darnold não quer ter o mesmo fim. Só existe uma solução: jogar bem em 2020.

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