Seattle vem embalando e pode chegar a ser a melhor campanha da Conferência?

Calma, calma torcedor do Dallas Cowboys, sem desesperos; não estamos menosprezando nem tirando os méritos da equipe texana, mas apenas falaremos sobre o bom momento de Seattle.

Nos primeiros jogos da temporada de 2016 os Seahawks pareciam que não seriam grandes candidatos a brigar pelas melhores campanhas da NFL. Afinal, uma apertada vitória por 12 a 10 em casa contra os Dolphins e uma derrota por 9 a 3 para os Rams não são resultados motivadores para um time que seria considerado ao Super Bowl antes da temporada começar. Apenas 15 pontos anotados e o que se via era um ataque um pouco diferente, com Russell Wilson mais cauteloso e trabalhando mais dentro do pocket. Somado a isso, não ter mais Marshawn Lynch no backfield certamente trouxe mais preocupação ao torcedor da equipe.

A justificativa para o conservadorismo de Wilson estaria em uma torção tornozelo sofrida no primeiro jogo da temporada, contra Miami. Desse modo, o playcalling tornou-se limitado visando preservar o signal caller. A situação ficou ainda pior com a lesão de Thomas Rawls na semana 2, deixando a responsabilidade das corridas nas mãos de Christine Michael. Não bastasse, no jogo seguinte contra San Francisco o quarterback sofreu mais uma lesão, desta vez um estiramento em um ligamento do joelho. Estava nítido que ele não estava saudável e demonstrava pouca mobilidade – inclusive, havia um fisioterapeuta na beira do campo acompanhando a situação, já que a recomendação era de não entrar em campo por pelo menos três semanas.

No histórico empate contra o Arizona Cardinals, a terceira lesão de Russell Wilson na temporada: um dano em um músculo da região peitoral do lado direito. Pela primeira vez na carreira ele foi obrigado a treinar de maneira limitada, o que preocupou a comissão técnica e culminou com uma fraca atuação na derrota para os Saints. A partida seguinte – contra o Buffalo Bills – foi o ponto para voltar aos trilhos e dar uma injeção de ânimo para a batalha contra os Patriots. Mais do que isso, um importante membro da Legion of Boom estaria de volta aos gramados: Kam Chancellor, que lesionara a virilha na semana 4 e estivera de fora desde então.

Definitivamente a unidade defensiva de Seattle sentiu a diferença de ter o stong safety em campo (e também Wilson um pouco mais inteiro). Mesmo jogando fora de casa e o adversário tendo um grande favoritismo, os Hawks tiveram um ataque extremamente produtivo e uma atuação defensiva extremamente agressiva, sólida e decisiva – características da inesquecível defesa de 2013. Sem contar com Michael Bennett – também lesionado, desde a semana 7 -, o time tem a melhor marca da liga em termos de pontos cedidos para os adversários (17.3), e muito se deve à presença de Chancellor.

Quando esteve em campo, média de 15.2 pontos cedidos; nas partidas em que ficou de fora, 20 pontos por jogo. Mais do que isso, o veterano é uma liderança dentro de campo e aparece muito bem em momentos decisivos. No jogo em Foxboro ele foi o grande destaque na derradeira jogada, anulando e impedindo a recepção de Rob Gronkowski. Além disso, foi responsável por parar LeGarrette Blount na beira da endzone duas jogadas antes e também forçou um fumble em Julian Edelman durante o último quarto. Segundo o site Pro Football Focus, o safety foi o melhor jogador em campo. Já na partida contra os Eagles, mais uma brilhante atuação com uma interceptação forçada em Carson Wentz e melhor jogador defensivo do time.

Outro aspecto que os Seahawks tem se mostrado dominante é no pass-rush. Mesmo sem contar com Bennett – um dos principais jogadores da unidade – o grupo tem sido essencial para conquistar as vitórias. Tanto é que atualmente lidera a NFL com 31 sacks, sendo o segundo time que percentualmente mais consegue parar jogadas adversárias derrubando o quarterback adversário. Nas últimas 3 vitórias são 9 sacks, o que certamente contribuiu para as quatro interceptações.

Falando ainda na partida da última rodada, contra o Philadelphia Eagles, havia a promessa de ser uma batalha entre as duas principais defesas da NFL. E de fato a defensiva de Seattle foi fenomenal: Wentz teve uma atuação bastante discreta e mostrou dificuldades em mover o ataque. Entretanto, o principal ponto a ser destacado foi o verdadeiro show de dinamismo por parte do ataque. Russell Wilson não só lançou como também anotou um touchdown por meio de uma recepção de 15 jardas, em uma trick play muito bem pensada. Foi um sinal claríssimo de que o signal caller se sente muito melhor melhor em relação às lesões que sofreu; inclusive, foi a partida que mais vezes correu com a bola nesta temporada (8). Desde a partida contra os Bills, são 88 pontos anotados (contra 3 boas defesas), 6 touchdowns e nenhum interceptação.


“RODAPE"

Mais do que um quarterback saudável, as outras unidades do ataque também se mostram melhores com o passar da temporada. A começar pelo jogo terrestre, que recebeu grande ajuda com a volta de Thomas Rawls. Christine Michael mostra-se limitado para carregar o ataque sozinho e, apesar da lesão de C.J. Prosise (que deve ficar de fora por algumas semanas), Rawls deve ajudar bastante. Contra Philadelphia os corredores conseguiram a melhor marca da equipe na temporada: 152 jardas pelo chão. Em adição, vale ressaltar a expressiva melhora de Jimmy Graham em relação à temporada anterior – já superou o números de jardas e dobrou em touchdowns -, assim como a grande consistência de Doug Baldwin agarrando passes. Juntos, os dois estiveram envolvidos nos 7 touchdowns aéreos das últimas três aparições; lembrando que Baldwin foi responsável pelo passe lançado para o signal caller anotar os pontos.

Enfim, mesmo com uma performance fraca da linha ofensiva e diversas lesões importantes ao longo da temporada os Seahawks chegam até aqui com a segunda melhor campanha da NFC: 7 vitórias, 2 derrotas e 1 empate. Olhando para o o futuro próximo, é bem realista acreditar em ao menos 5 vitórias nos 6 jogos que restam: Buccaneers, Packers e 49ers fora, e Panthers, Rams e Cardinals em casa. E pensando em tabela, certamente os Cowboys tem adversários mais complicados pela frente: Eagles, Giants e Vikings fora, Lions, Buccaneers e Redskins em casa. Só o futuro nos dirá quem leva terá a melhor campanha da temporada, mas no atual momento não é loucura pensar que Seattle tem muita força e deve ir bem longe na temporada.

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