Solomon Thomas: Dissecando quem é o segundo melhor DL do Draft

Em uma classe de Draft sabidamente com grandes talentos defensivos, alguns nomes emergem como opções bastante seguras (outras nem tanto) e alguns chamam muito atenção dos scouts pelo potencial de serem os futuros All-Pros da NFL. Um interessante e intrigante talento – que ainda tem uma história um pouco peculiar – é Solomon Thomas, jogador de linha defensiva da Universidade de Stanford. Mesmo com apenas dois anos de experiência no college, é tratado como um dos principais jogadores do Draft.

Background

Nascido na cidade de Chicago, no Illinois, Thomas vem de uma família com alguma tradição no esporte. Seu pai foi jogador de basquete durante a universidade, enquanto sua mãe foi corredora no atletismo. Já seu tio foi multi campeão universitário também no atletismo (400m com barreiras).

Durante o high school – onde fez no Texas, depois de viver por 5 anos na Austrália – se destacou com mais de 20 sacks em seus dois últimos anos. A performance o colocou como um dos 10 melhores do país entre jogadores de linha defensiva, rendendo uma avaliação de prospecto 4 estrelas. Recrutado por alguns dos mais fortes programas do país, escolheu a Universidade de Stanford não somente pela potência esportiva, mas sim por aliar um bom time de futebol americano à uma força acadêmica.

Carreira no college

Após receber a redshirt em sua primeira temporada (quando o jogador fica inelegível, apenas “desenvolvendo”), teve um excelente ano já em 2015. Jogando como defensive tackle, foi muito bem contra o jogo terrestre, com 10.5 tackles atrás da linha de scrimmage e ainda 3.5 sacks. A performance rendeu uma menção honrosa na seleção dos melhores do ano em sua conferência, a Pac-12, sendo que teve uma boa partida no Rose Bowl daquela temporada.

Em 2016 Thomas foi um verdadeiro monstro na linha defensiva do Stanford Cardinal. Jogando como defensive tackle do lado direito (blind side), liderou a equipe em tackles, além de evoluir muito no pass rush. Foram no total 69 tackles – sendo 41 sozinho e mais 15 atrás da linha de scrimmage – com incríveis 8 sacks. Mais do que isso, foi totalmente dominante em várias partidas importantes; a cereja do bolo foi o prêmio de melhor jogador na vitória do Sun Bowl contra North Carolina. Ele incomodou o tempo todo Mitchell Trubisky – um dos melhores quarterbacks desse Draft – e saiu com dois tackles para perda de jardas, um sack e várias pressões e hits. Ali o país todo cresceu os olhos na promessa de Stanford.

A atuação ao longo da última temporada rendeu diversas premiações, entre elas o Morris Trophy – dado ao melhor jogador defensivo da Pac-12 – e escolhas para as seleções da Pac-12 e do país (All-American).

Publicidade




O que o coloca como um dos principais prospectos?

Mais do que um grande jogador, Thomas mostrou muita disciplina e profissionalismo ao longo de sua carreira. O fato de ter escolhido Stanford como sua universidade reflete seu espírito fora de campo: preocupou-se não somente em ser um grande jogador, mas também em ter uma boa formação acadêmica. Dentro de campo mostrou-se um talento muito completo, jogando em um estilo (e nível) que o colocam bastante pronto para o jogo da NFL.

Mesmo sem tanta experiência – foram apenas dois anos em campo – ele mostrou uma evolução absurda de 2015 da 2016 pressionando os quarterbacks adversários. Segundo o site Pro Football Focus, Thomas foi o melhor defensive tackle do país contra o jogo terrestre e sexto melhor quando pressionando o quarterback. Isso mostra que há talento de sobra e o torna um pacote completo para os times da NFL, com possibilidade de atuar em diferentes esquemas.

Tal capacidade de poder se adaptar tanto ao 3-4 como ao 4-3 (como defensive end naquele) contribui muito para seu draft stock. Há quem diga inclusive que ele pode atuar tranquilamente como defensive end ou tackle no 4-3, dependendo da situação. Ainda assim, não tem muita experiência jogando nas pontas da linha, mas acredita-se que consiga desenvolver bem tal habilidade, pois mostrou força e explosão suficientes para jogar em esquema de two gaps, assim como tem agilidade para atuar em one gap.

O “senão” de Thomas seria ele não conseguir encaixar como end nem como tackle, visto que seu corpo, tamanho e peso são mais característicos de defensive ends na NFL, mas foi majoritariamente um tackle durante o college. Contudo, os impressionantes 4.69 segundos no tiro de 40 jardas, 30 repetições no supino e 35 polegadas na impulsão vertical mostram que há atleticismo de sobra para se desenvolver em uma arma letal na NFL – o que justifica muitos a perspectiva de sair no top 5, sendo em muitos mocks a segunda escolha geral.

Comparações

Comparando com um defensive end, ficaria entre Jason Pierre-Paul e Michael Bennett. Além de ter um biotipo semelhante aos dois, a comparação com o primeiro faz sentido pois Thomas mostrou ser excelente contra o jogo terrestre, assim como JPP o é. Já a comparação com Bennett se deve ao fato do jogador dos Seahawks atuar como defensive tackle em situações mais claras de passe, conseguindo pressionar os quarterbacks no interior da linha defensiva.

Para a posição de tackle, talvez Aaron Donald seja uma boa comparação: ambos tem muita agilidade, explosão e fazem muito bem o trabalho de mãos para se livrarem dos jogadores de linha ofensiva, conseguindo chegar no quarterback com frequência.

Comentários? Feedback? Siga-nos no twitter em @profootballbr e curta-nos no Facebook.

“odds