A expectativa é mãe da decepção, já diz o ditado. Após muito empolgar seu torcedor, com uma arrancada sensacional nas primeiras 11 semanas, o Pittsburgh Steelers nadou, nadou e morreu na praia. É como se a equipe fosse um carro de Fórmula 1, que errou na estratégia: colocou toda potência no início, abriu vantagem, mas quando precisou dar o sprint da vitória, lhe faltaram pneus e combustível para encostar nos concorrentes mais equilibrados. Com esse amargo sabor, os Steelers foram eliminados no wild card e deixam a temporada com grandes interrogações sobre o futuro.
Quais eram as expectativas do torcedor para 2020: após um 2019 conturbado por conta da lesão de Ben Roethlisberger, o que obrigou o time a jogar com Mason Rudolph e Devlin Hodges na posição de quarterback, a expectativa do torcedor é de ver uma equipe mais forte no ataque, que pudesse dessa forma ser mais equilibrada e não sobrecarregar a defesa. Com isso, a esperança era de brigar com o Baltimore Ravens pela AFC North.
Quais eram as nossas expectativas para 2020: a unidade defensiva já chamava a atenção no ano anterior e era esperado que mantivesse o bom nível de performance, com os destaque de T.J. Watt e Minkah Fitzpatrick. A volta de Big Ben e adição de alguns nomes como Eric Ebron e o novato Chase Claypool faziam com que víssemos o time como a terceira força da AFC, na época em pé de igualdade com o Buffalo Bills. Vale lembrar que antes do ano começar, Kansas City Chiefs e Baltimore Ravens eram os principais nomes da conferência sem muita contestação.
O que aconteceu: nem o mais otimista torcedor dos Steelers imaginaria um começo de temporada tão bom. A defesa foi dominante por completo, com T.J. Watt saltando na frente na briga pelo prêmio de defensor do ano. O ataque, se não brilhante, foi ao menos funcional. Roethlisberger foi colocado num sistema em que a bola rapidamente saía de sua mão, confiando na capacidade dos recebedores em produzir depois da recepção. Mesmo em jogos mais apertados, a equipe conseguiu encontrar a fórmula para vencer, como nos sucessos antes Tennessee Titans e Baltimore Ravens, nas semanas 7 e 8 respectivamente.
Entretanto, os sinais de desgaste começaram a aparecer. Na semana 12, uma suada vitória sobre um Baltimore Ravens sem Lamar Jackson e vários outros nomes que estavam com COVID-19 deixaram uma pulga atrás da orelha. Para piorar, Bud Dupree lesionou o joelho, ficando no estaleiro pelo resto do ano, que fez com que Watt ficasse sobrecarregado e a pressão no quarterback caísse. Era apenas o prenúncio do caos que se instalaria nas próximas semanas.
Às três semanas seguintes foram de terror: o ataque terrestre sumiu, Big Ben não acertou nada e quando conseguia um bom passe, os recebedores dropavam. Problemas atrás de problemas, fizeram com que o time perdesse para Washington, Buffalo Bills e atingisse o ápice da crise com um vergonhoso revés para o Cincinatti Bengals, comandado pelo terceiro quarterback Ryan Finley. Tudo se encaminhava para mais um jogo assim, quando após estar perdendo para o Indianapolis Colts por 24 a 7 já no terceiro período, o time deu um arranque, virou a partida e venceu a divisão. A semana 17 contra o Cleveland Browns foi protocolar, poupando titulares para o jogo dos playoffs.





