Lesões que afetaram os três principais nomes ofensivos da equipe – Ben Roethlisberger, JuJu Smith-Schuster e James Conner -, problemas de inconsistência com os quarterbacks reservas, localizado na mesma divisão que o Baltimore Ravens e com um início de ano conturbado: tudo indicava que a temporada do Pittsburgh Steelers seria péssima, mas, ainda assim, a franquia se saiu melhor que o esperado e manteve-se na disputa pela vaga nos playoffs até a última rodada. Baseado na qualidade defensiva e na ascensão dessa unidade ao longo da temporada, os Steelers conseguiram se manter competitivos e deixaram a ideia de que, sem as lesões ofensivas, a franquia poderia ter ido mais longe.
Agora o foco está em 2020. Com poucas renovações para lidar, mas com pouco espaço no teto salarial e tendo em vista a questão acerca da transição na posição de quarterback – e, com isso, a eventual aposentadoria de Big Ben -, a intertemporada promete ser mais agitada do que aparenta na Pensilvânia. Movimentações precisas podem elevar, novamente, o nível da equipe, mas nada é tão fácil quanto parece e é necessário analisar o que é o esperado em Pittsburgh para que a franquia volte a se tornar uma ameaça na próxima temporada.
Big Ben é o suficiente para melhorar o ataque?
O principal ponto que levou o ataque dos Steelers à nulidade em 2019 foi a ausência de Big Ben dentro de campo somada à incapacidade de Mason Rudolph e Devlin Hodges como reservas. Em 2020, Roethlisberger estará recuperado da lesão no cotovelo, mas, já em final de carreira, é improvável que apresente alto nível durante toda a temporada, ainda mais depois de uma contusão que finalizou seu último ano previamente.
Assim, o entorno do ataque dos Steelers precisa de uma melhor formulação para auxiliar o quarterback em seu (provável) último ano de carreira. Como a franquia não comprometerá o capital de Draft de 2021 – pois esse será voltado à aquisição do novo franchise quarterback -, Pittsburgh terá sua escolha apenas no início da segunda rodada, a qual deve ser usada para a aquisição de um wide receiver que traga mais qualidade ao setor da franquia, aproveitando, também, a profundidade e qualidade da classe neste ano. JuJu e James Washington formam uma boa dupla, mas falta um incremento a mais para que o grupo se torne realmente ameaçador, pois, como dito, Big Ben está em final de carreira e retornado de uma lesão grave: aos 37 anos não é esperado que ele eleve o nível do ataque por si só e é necessário que seus recebedores o auxiliem na distribuição do jogo aéreo, ao criar as janelas de passe nas defesas adversárias.
Com a (possível) queda de produtividade no jogo aéreo, poderemos ver um leve crescimento na importância do jogo terrestre da franquia ao longo da temporada. Até aí, nenhum problema, pois James Conner é um bom running back e faz seu trabalho de forma eficiente, mas é improvável que se mantenha saudável ao longo de toda a temporada e, nas partidas em que estiver fora, será Big Ben que regulará o ritmo do ataque. Esperar que isso ocorra perfeitamente bem, em 2020, é dar sorte demais ao azar e o ataque de Pittsburgh pode voltar a ser o calcanhar de Aquiles da franquia. Claro, as performances ofensivas não serão pífias como na última temporada, mas o retorno de Roethlisberger não é o suficiente para elevar a qualidade da unidade por si só e, com pouco espaço no teto salarial – os Steelers estão acima do limite do salary cap hoje – e sem escolhas de primeira rodada no Draft, uma aquisição de alto impacto no ataque é improvável, o que aumenta o peso de um bom plano de jogo.
Dado isso, em 2020 veremos um ataque de Pittsburgh controlando mais o ritmo do jogo, deixando as grandes performances à cargo de sua defesa. Big Ben é capaz de comandar um ataque que coloque alguns pontos no placar, mas não está mais em seus dias de glória para elevar a performance da unidade e a falta de grandes playmakers será sentida em partidas nas quais a performance ofensiva deverá ser mais elevada. Sem muitas possibilidades para a offseason, o ataque dos Steelers deverá apostar que as probabilidades estarão ao seu lado em 2020 – ou a defesa precisará ser espetacular durante toda a temporada.
