Vencedores e Perdedores é a coluna de superlativos para você saber quem tem cotação pra cima e quem tem cotação para baixo depois de cada domingo de NFL. Para ler o índice da coluna, clique aqui.
Uma semana menos competitiva do que as outras, com várias sacoladas. Mas ainda tivemos duas prorrogações no domingo e bons jogos entre Dallas e New England, Seattle e Pittsburgh. Vamos aos vencedores e perdedores desta semana.
Vencedores:
Baltimore Ravens: Já dá para dizer que os Ravens assumem o favoritismo da AFC North. O time pode ter passado por sufucos nesta temporada, mas o importante é que soube sair deles. São três vitórias e apenas uma derrota em jogos que terminaram em uma posse de diferença – ou seja, mais da metade das vitórias do time foi assim, sabendo finalizar jogos. Com 5-1 de campanha e amassando o LA Chargers, que vinha sendo a menina dos olhos deste início de temporada, Baltimore surge como desafiante ao Buffalo Bills na Conferência Americana.
Zac Taylor, head coach, Cincinnati Bengals: 4-2 de campanha, com uma defesa que está jogando melhor do que a do ano passado e Joe Burrow certamente sendo um dos bons quarterbacks nesta temporada. Jogo duro na semana que vem e termômetro fortíssimo: se vencerem os Ravens, quem diria, assumem a liderança da divisão. A gente vê um Bengals com mais identidade, não um catado ofensivo em campo. Taylor foi contratado com a credencial de parça de Sean McVay e ainda não tinha mostrado a que veio. Neste ano, vemos um Burrow melhor e mais preciso em profundidade – a presença de Ja’Marr Chase ajuda, claro. Ele saiu de 30º para 7º em passes completos para mais de 15 jardas.
Mac Jones, quarterback, New England Patriots: ??????? Calma, leitor, vamos explicar. Claro que ele perdeu o jogo, claro que ele não é o favorito para Calouro Ofensivo do Ano. Mas, jogo após jogo, Jones mostra compostura e resiliência mental. Levou o jogo contra a ex de Belichick até o final no Sunday Night Football. Ontem, mesmo depois da pick six de Trevon Diggs, não se curvou ante a chance minúscula de vitória, conectando um passe incrível para Kendrick Bourne – 75 jardas e o touchdown. New England, discutivelmente, é o melhor dos times da NFL que têm campanha negativa. Ainda não dá para jogar a toalha no Gillette Stadium.
Elenco dos Raiders: Depois de todo o caos que aconteceu, depois de saber que seu head coach teve execráveis posturas misóginas, homofóbicas e racistas, depois dele sair do cargo no início da semana e tendo um adversário divisional na sequência: mesmo depois de tudo isso, os Raiders conseguiram sólida vitória contra o Denver Broncos e ainda estão vivos na temporada. Em meio a tantos problemas, eu sinceramente esperava que a temporada de Las Vegas fosse para o vinagre com uma terceira derrota seguida. Mérito, muito, de Derek Carr – que vem sendo um dos melhores quarterbacks desta temporada e se provou um líder em um momento tão conturbado.
Matt LaFleur, head coach, Green Bay Packers: Rodgers foi pressionado quatro vezes no primeiro tempo contra o Chicago Bears. É aí que aparece o bom treinador: LaFleur fez o ajuste, pediu passes curtos, explorou a área entre as hashmarks e os números (seams), que Green Bay tinha ido muito bem contra Cincinnati. O ataque terrestre teve chamadas mais criativas e começou a andar. O jogo, enfim, fluiu como o esperado. Mais uma prova da diferença de comissões técnicas em Chicago e Green Bay ficou evidente.
Kyler Murray, quarterback, Arizona Cardinals: Seu head coach estava fora, quarentenado com COVID-19. O técnico de quarterbacks idem. Mesmo assim, mais um jogo de Murray deitando e rolando contra uma boa defesa de Cleveland. Todos os touchdowns, aliás, foram em passes para mais de 10 jardas, mostrando a precisão e letalidade de Kyler em jogadas assim. Arizona segue como único time invicto da NFL após seis semanas.
T.J. Watt, EDGE, Pittsburgh Steelers: Grandes jogadores fazem grandes jogadas. Na prorrogação, o poder de fogo de T.J. Watt, um dos melhores jogadores da liga, apareceu. Watt forçou um fumble em Geno Smith num strip-sack e colocou Pittsburgh em posição de chutar o field goal e de maneira derradeira, conseguir a vitória. O ataque não é uma maravilha, mas se Watt jogar como ontem e como fez na semana 1, dá para sonhar mais.
Kirk Cousins, quarterback, Minnesota Vikings: Em algumas oportunidades disse que Cousins não era o principal problema do Minnesota Vikings, embora seja fato que em alguns jogos ele espalhasse a farofa. Neste ano, vem jogando muito bem. Pode não ser um dos melhores quarterbacks da liga, mas contra equipes competitivas vem mostrando serviço. Se a gente tirar o jogo horrível contra Cleveland da conta, 12 touchdowns, 1 interceptação e 7,8 jardas por tentativa. Nada mal. Agora é mostrar isso contra equipes de primeira prateleira como fez na semana 2 versus Arizona.
Perdedores:
Daniel Jones, quarterback, New York Giants: Depois de mostrar alguns respiros na temporada, Jones novamente mostrou os velhos problemas de sempre. Apenas 4,7 jardas por tentativa, três interceptações, apenas três passes completos para mais de 10 jardas. O que assusta, também, é que as três interceptações foram em passes nos quais ele sequer estava pressionado. Não adianta absolutamente nada completar uma imensidão de passes curtos se quando a coisa aperta volta o festival de turnovers – a segunda interceptação até entendemos, com o recebedor tropeçando na rota, mas a primeira e a segunda são inaceitáveis erros de leitura pós-snap. Desde que entrou na liga, Daniel tem 1,36 turnovers por jogo, pior marca entre os quarterbacks com pelo menos uma temporada na NFL.
Brian Flores, head coach, Miami Dolphins: Mesmo que não queiramos considerar seu primeiro ano porque o time estava tankando, o que fica é que Flores tem campanha negativa como head coach do Miami Dolphins, com 16-22. O time não vence desde a Semana 1, quando bateu o New England Patriots na primeira partida de Mac Jones na NFL. A defesa não é tão forte como esperávamos e a secundária tampouco. A volta de Tua, como disse, por si não resolveria os outros problemas do time. Ele não jogou mal, frise-se. Com 1-5, a temporada do Miami Dolphins foi para o espaço e pode ser que Flores siga a sina de ex-assistentes de Bill Belichick que não passam 5 anos no cargo como head coach.
Quem quiser Wild Card na NFC: Arizona, Tampa Bay, Dallas, Green Bay e Los Angeles Rams: os cinco melhores times da Conferência Nacional têm pelo menos 5-1 de campanha. A briga pelo Wild Card virou uma zona. Na prática, temos seis times totalmente na briga. New Orleans (3-2), Minnesota (3-3), Chicago (3-3), Carolina (3-3), San Francisco (2-3), Atlanta (2-3): não dá para descartar nenhum desses times. Ok, talvez Atlanta sim, mas você entendeu a ideia. Já Washington, Philadelphia, Seattle Wilsonless, New York Giants e Detroit, bom, aí acho que já é partiu 2022.
Defesa de Washington: A meu ver, o B.O. não é a linha defensiva. Patrick Mahomes foi pressionado em 32% dos snaps na partida de domingo, número aceitável para um front. O problema é que quando ele não foi pressionado, acumulou 9,2 jardas por tentativa e 312 jardas. Juntos, William Jackson e Landon Collins – que têm boa reputação entre a maior parte dos que assistem NFL – foram responsáveis como defensor mais perto do passe [foot]via NFL Next Gen Stats[/foot] em 184 jardas recebidas e dois touchdowns. Collins não conseguiu fazer absolutamente nada contra Travis Kelce, aliás.
Defesa terrestre do Los Angeles Chargers: A unidade entrou na partida contra Baltimore sendo a pior da NFL contra o jogo corrido, cedendo mais de 5,5 jardas por carregada. O matchup contra Baltimore, uma das melhores equipes da liga quando o assunto é correr com a bola, era terrível e assim o foi. 187 jardas corridas pelos Ravens, 4,9 por tentativa, 3 touchdowns. Esse é o outro lado da moeda em jogar tanto com dois safeties no fundo do campo e não ter Aaron Donald no meio da linha como Brandon Staley tinha nos Rams. Os Chargers jogam com dois safeties e marcação individual em 16,6% (2º da liga). O problema? Cedem 3,7 jardas antes do primeiro contato, pior marca da liga – e aí até chegar o safety pra ajudar o problema já ficou grande.
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