Chegamos ao momento da temporada no qual todo jogo é uma decisão, seja para as pretensões dos times em direção aos playoffs, posição no Draft ou até mesmo para saber quem tem condições de permanecer no elenco para temporada seguinte. Com muitas viradas, emoção e até uma triste briga em campo, separei 5 lições que podemos tirar da semana 11 da NFL:
1 – Lamar Jackson está chutando traseiros
Se você em algum momento usou a narrativa de que “Lamar Jackson é um running back que passa a bola”, apenas aceite que você errou. Não há mais espaço para essa falácia com tudo que o quarterback do Baltimore Ravens vem jogando. E não, as estatísticas não são o principal. Lamar é uma arma constante pelo ar e isso abre espaço para que seu atleticismo apareça pelo chão. E aí o mérito é dos Ravens em saber explorar isso muito bem.
Contra o Houston Texans, Lamar teve uma performance que pode ser chamada de magistral. Ele é o coração do ataque: ataca pelo, ataca pelo chão e abre espaços para os companheiros brilharem. Seus números podem não ser inflados como os de um Philip Rivers, mas ele produz o que o time precisa. É isso que toda franquia espera de seu quarterback: que ele produza para o time vencer. Tenho certeza que os Ravens e sua torcida estão felizes demais com seu candidato ao prêmio de MVP.
2 – Myles Garrett ficará marcado, mas não há santos na história
Que atitude tenebrosa teve Myles Garrett, do Cleveland Browns, no jogo de quinta feira contra o rival de divisão Pittsburgh Steelers. Num jogo em rede nacional, na última jogada de uma partida vencida, Garrett se envolveu numa confusão com o quarterback dos Steelers Mason Rudolph, arrancou o capacete do adversário e o agrediu com o mesmo! Por sorte, não acertou em cheio. Com isso, Garrett está suspenso até o fim da temporada e no ano que vem precisará se acertar com o comissário da liga para voltar. Uma mancha na carreira da primeira escolha do Draft de 2017.
Porém, não podemos isentar alguns jogadores dos Steelers na confusão. O Curti falou sobre no vídeo abaixo e temos que falar de outros para além dos jogadores dos Browns.
O próprio Rudolph tentou arrancar o capacete de Garrett no chão e quando ele já estava de costas na jogada, partiu para cima, continuando a confusão. Maurkice Pouncey, jogador de linha ofensiva dos Steelers, socou Garrett e quando ele já estava no chão proferiu alguns chutes, numa atitude covarde. Garrett foi quem cometeu a maior atrocidade? Sem dúvidas, mas isso não isenta os demais.
3 – Kyle Allen não pode ser titular na NFL
Por algum tempo, a defesa do Carolina Panthers e Christian McCaffrey conseguiram manter o time competitivo sem Cam Newton e dar vitórias que os mantiveram na corrida pelos playoffs. Cabia ao quarterback Kyle Allen apenas ser sólido, gerenciar o jogo e evitar besteiras. Ele vinha fazendo isso bem e muitos diziam que era hora do time se livrar de Cam Newton e ficar com Allen, pois estava vencendo como ele (como se futebol americano fosse beisebol, e vitórias de quarterbacks uma estatística de primeira linha).
Pois bem, o momento Cinderella se foi. Allen voltou a ser uma abóbora gigante, cometendo turnovers atrás de turnovers e errando os passes mais simples. Com isso, não há McCaffrey e seus 300 toques na bola que deem jeito – e olha que mais uma vez ele passou das 150 jardas de scrimmage. A defesa ficou sobrecarregada e o trabalho contra o jogo corrido que não era bom, ficou ainda pior. Fora isso,os boatos são que agora Cam Newton quem não quer mais ficar. Que buraco hein Carolina Panthers?
4 – Carson Wentz e o ataque dos Eagles estão tendo um ano para esquecer
Tudo começou bem no jogo contra o New England Patriots para o Philadelphia Eagles. Jogo corrido encaixando, passes curtos em screens dando certo, defesa fazendo um bom trabalho, 10 a 0 no placar e…foi só isso. Após isso, foram 17 pontos dos Patriots e mais nada. Os Eagles ficam em situação delicada na divisão e muito disso se dá pelo fraco suporte ofensivo ao seu quarterback. Verdade seja dita, Wentz também pode jogar melhor.
Bastou o right tackle Lane Johnson se machucar para que a linha ofensiva virasse uma peneira. O jogo corrido sumiu, Wentz teve problemas para soltar a bola rápido e com isso as progressões ficaram errôneas, Doug Pederson fez péssimas chamadas e o aproveitamento do time em terceiras descidas foi de 3 em 13. Como se não bastasse, quando os passes saiam corretamente, os drops foram aos montes. Nelson Agholor inclusive teve a chance de empatar o jogo e para variar, deixou cair. Olha que os Patriots não fizeram muita coisa no jogo. Péssimo Eagles, péssimo.
5 – Decisões covardes custam caro e Vic Fangio descobriu isso
O Denver Broncos fazia uma partida surpreendente contra o Minnesota Vikings fora de casa: 20 a 0 no primeiro tempo, com amplo domínio nos dois lados da bola. Nem parecia que os Vikings eram os postulantes aos playoffs e os Broncos um time que provavelmente escolherá no top 10 do próximo Draft. No terceiro quarto a vantagem foi diminuída para 23 a 7, mas ainda era confortável e os Broncos tinham tudo para vencer. Mas a covardia na NFL custa caro.
Primeiro uma terceira descida onde o time chama uma end around com o…tight end! Obviamente isso não deu certo e os Broncos foram obrigados a ir pro punt. Depois, ainda com três pontos de vantagem e na linha de 29 do oponente, os Broncos tem uma terceira para sete e…chamam uma corrida! Fangio desistiu de tentar o first down para apenas posicionar um field goal que não lhe daria nem mais que uma posse de vantagem faltando mais de oito minutos de jogo!
Nada pode ser mais covarde que isso. Mas como o futebol americano premia quem quer vencer, os Broncos perderam o field goal e no drive seguinte levaram o touchdown da virada. Espero que você consiga dormir essa semana Sr. Fangio. Eu, se fosse o treinador de um time na NFL e fizesse isso, com certeza teria dificuldade.






