FREE AGENCY MANTÉM RAVENS NO TOPO DA AFC

Movimentações iniciais elevam o patamar da defesa de Baltimore; time permanece forte para disputar a conferência com Kansas City.

Ravens

Dono da melhor campanha da NFL em 2019, o Baltimore Ravens possuía uma missão primária para a temporada de 2020: manter a consistência e provar que as 14 vitórias não foram um ano outlier da franquia. Ainda faltam alguns meses para as partidas serem iniciadas e o novo acordo coletivo trabalhista agrega uma incerteza extra à temporada; os Ravens, porém, iniciaram a free agency com os dois pés direitos e é possível afirmar que, em meio as dúvidas, a renovada defesa da franquia apresenta-se como postulante a mantê-la no topo da AFC.

A troca por Calais Campbell, o uso da franchise tag em Matt Judon e a aquisição de Michael Brockers via free agency renovam a linha defensiva e elevam o nível em um tempo difícil de se construir unidades de elite. Aproveitando o contrato de calouro de Lamar Jackson e do eficiente esquema ofensivo – enquanto este não se torna obsoleto -, Baltimore aplica suas fichas em montar uma equipe forte o suficiente para bater de frente com o Kansas City Chiefs, a fim de evitar uma nova zebra na pós-temporada.

Os perigos da divisão

Diferentemente de 2019, a AFC North se projeta como uma divisão agressiva para esta temporada, principalmente em termos ofensivos. O Cincinnati Bengals subirá de patamar com a conexão entre Joe Burrow e A. J. Green, o Pittsburgh Steelers conta com o retorno de Ben Roethlisberger e o Cleveland Browns conta com investimento pesado nas aquisições de Austin Hooper e Jack Conklin para evitar um vexame pelo segundo ano consecutivo.

É possível notar que a vida da defesa dos Ravens não será fácil em 2020, jogando seis partidas contra potenciais bons ataques. Assim, era necessário um incremento defensivo pois, ainda que a unidade tenho sido a quarta melhor em DVOA em 2019 – a qualidade foi vista apenas contra o jogo aéreo e, principalmente, após a chegada de Marcus Peters. Don Martindale foi capaz de tornar a unidade a quarta melhor contra o passe, mas apenas a 19ª melhor contra o jogo corrido.

Com isso, tornou-se claro que a fortaleza estava nas peças da secundária e que a linha defensiva necessitava de reforços para que a sorte não fosse o fator diferencial nesta temporada. Campbell ainda possui espaço para produção mesmo com seus 33 anos, após seguidas temporadas de destaque em Jacksonville, e pouco foi enviado para sua obtenção, o que torna a troca ainda mais vantajosa; Brockers, por outro lado, é um nome de menor atenção por sempre ter atuado ao lado de Aaron Donald, mas é extremamente sólido no interior da linha, eficiente contendo o jogo terrestre e gerando pressão no quarterback adversário. Por fim, Judon fez um bom ano, mas ainda precisa mostrar consistência e, por isso, recebe a tag para realizar outra temporada acima da média – o que será mais fácil, ao lado de uma linha mais talentosa.

A consistência é a chave

Em seu segundo ano na liga, Lamar Jackson consolidou-se como um quarterback de elite e, merecidamente, foi eleito o MVP da temporada de 2019. Ainda assim, para que o ataque fosse capaz de continuar entregando as altas performances vistas no último ano, era necessária uma boa free agency, principalmente, na parte defensiva – ainda que pareça algo contraditório a priori. 

Com a unidade de Martindale adereçada e no rumo para permanecer no topo da NFL em 2020, os Ravens podem voltar suas escolhas do Draft ao entorno de Lamar, qualificando as engrenagens para tornar o ataque ainda mais ameaçador. Com isso, a escolha de primeira rodada de Baltimore, a 28ª geral, deve ser usada à aquisição de um wide receiver – aproveitando a classe profunda e talentosa – que fará dupla com o segundanista Marquise Brown; sendo que nomes como Jalen Reagor, Tee Higgins e Laviska Shenault devem estar disponíveis nessa região do recrutamento.

Um ataque formado por uma jovem dupla de recebedores e por Mark Andrews explorando o meio do campo torna o jogo aéreo dos Ravens ainda mais perigoso para a próxima temporada. Dessa forma, ainda que a franquia busque peças de reposição defensivas ao longo do recrutamento para trazer maior profundidade à unidade, o principal já estará adereçado. Além de possuir uma defesa talentosa e que é comandada por uma das melhores mentes defensivas da NFL atual, Baltimore poderá contar com um ataque aéreo ainda mais completo, uma aptidão necessária para competir contra Patrick Mahomes.

Claro que, para que isso se concretize de maneira perfeita, a franquia deve buscar peças de reposição para o interior da linha ofensiva, pois Marshal Yanda se aposentou e Matt Skura pode deixar a equipe caso receba um bom contrato – no momento, a franquia pode igualar qualquer proposta salarial de outra equipe, pois Skura é um free agent restrito. Assim, é interessante que os Ravens mantenham o center e busquem um offensive guard experiente na free agency: Andrus Peat é um dos bons nomes que ainda estão disponíveis.

Portanto, cuidar do interior da linha ofensiva é o toque final para que Baltimore complemente um excelente início de intertemporada, mostrando-se aptos para um 2020 ainda melhor. Um jogo corrido forte, um ataque aéreo ainda mais completo e uma defesa extremamente agressiva com a nova linha defensiva, tornam a equipe pronta para não repetir os problemas apresentados na derrota para o Tennessee Titans na última pós-temporada. Com apenas o Kansas City Chiefs pela frente na AFC, os Ravens estão prontos para permanecerem no topo da conferência, contando com um peso defensivo ainda maior.

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