4 MOTIVOS QUE EXPLICAM A DESVALORIZAÇÃO DOS RUNNING BACKS

A falta de ofertas altas e os recentes cortes mostram uma desvalorização da posição em toda NFL

Os recentes movimentos na free agency indicam que os running backs tem cada vez menos valor posicional da NFL. Todd Gurley tinha um grande contato e acabou cortado pelo Los Angeles Rams. Acabou assinando com o Atlanta Falcons por apenas uma temporada e módicos 6 milhões de dólares. Falcons que cortaram Devonta Freeman, outro jogador da posição que tinha um acordo de alto valor. Apenas quatro jogadores da posição assinaram novos acordos desde a abertura do mercado até o momento. Separei 4 motivos que explicam o porquê de tamanha desvalorização.

1- DURABILIDADE

Se existe uma posição em que jogadores se machucam com frequência, essa posição é a de running back. A explicação é simples: pancadas o jogo todo, sofrendo contato de adversários muito mais pesados em posições ruins, como tentando uma mudança de direção ou algo do tipo. São inúmeros problemas em joelhos e tornozelos, por exemplo.

Muitas vezes lesões antigas e mal curadas acabam atacando já ao nível profissional e isso passa a ser um problema ainda maior. Os já citados Gurley e Freeman, são alguns exemplos disso. Basta pegar a ficha de cada running back da NFL e ver que o histórico de lesões é amplo.

2- DECLÍNIO MAIS RÁPIDO

Por conta das lesões, como citado acima, é a posição que declina mais rapidamente na NFL. Jogadores com 27 anos já começam a ter uma queda acentuada de produção e isso é notório. Entre os 10 running backs com mais jardas na temporada de 2019, apenas um tem 25 anos e todos demais estão abaixo dessa idade.

Nas últimas quatro temporadas, apenas 6 vezes um jogador acima de 27 anos esteve no top 10 em jardas corridas. Isso dá 15%, número nada animador. Nomes como Adrian Peterson, Mark Ingram e Frank Gore, que mesmo com idade mais avançada seguem com boa produção, são exceções e não regra.

3- FÁCIL SUBSTITUIÇÃO

Não é complicado achar jogadores que produzam logo em seu ano de estreia na posição. Todos os anos inúmeros prospectos chegam do futebol americano universitário, inclusive vindos de rounds mais baixos, e conseguem produção similar ao dos veteranos já estabelecidos na liga. Kareem Hunt liderou a NFL em jardas corridas em 2017, mesmo sendo um jogador de terceira rodada. Phillip Lindsay nem sequer foi draftado em 2018 e tem mais de 1000 jardas em ambas temporadas que jogou.

Outro ponto é a utilização dos famosos “comitês” na posição. Em vez de se ter um jogador caro e que terá que jogar muitos snaps, os times substituem por três, ou até mais, jogadores baratos e que conseguem a mesma produtividade. Essa inclusive foi a tônica dos três últimos vencedores do Super Bowl: nenhum deles teve algum jogador que ultrapassou a marca de 210 carregadas na temporada. Nenhum deles também, teve algum jogador da posição custando mais que 3 milhões na temporada do título.

4- A NFL É UMA LIGA AÉREA

Por mais que alguns amem apontar o sucesso de alguns com o jogo terrestre, como, por exemplo, o San Francisco 49ers e o Tennessee Titans de 2019, não tem como negar que o jogo aéreo é preponderante na NFL atual. Basta ver a distribuição entre passe e corrida para entender isso: praticamente 60/40% e a tendência é de crescimento, pois a eficiência passando é maior. Com isso, é necessário gastar mais com recebedores, quarterbacks, proteção no ataque. Também é preciso pagar melhor jogadores de secundária, edges que fazem pressão. Por que então gastar tanto dinheiro para um jogador que ficará subutilizado?

No futuro, a posição deve passar por uma revolução, mesmo que de forma de devagar. Um running back será muito mais um recebedor que corre bem com a bola, que um corredor que recebe alguns passes. A forma híbrida deve tomar conta no futuro, assim como vem acontecendo com linebackers, cada vez mais parecido com safeties. Com isso, quem sabe até veremos running backs merecendo contratos maiores. Afinal, receber bem a bola é mais importante que correr com ela na NFL de hoje.

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