Passada oficialmente a primeira leva da free agency, pode-se obter um panorama de quais times ficaram sensivelmente melhores e quais fizeram movimentos que passaram longe do ideal. Nesse artigo, elencamos 6 times que não se deram bem com a abertura do mercado; já neste, elencamos 6 que tiveram um bom início de free agency.
Minnesota Vikings
Chegaram: Michael Pierce (iDL), Tajae Sharpe (WR), Anthony Zettel (EDGE).
Saíram: Stefon Diggs (WR), Trae Waynes (CB), Linval Joseph (iDL), Everson Griffen (EDGE), Josh Kline (G), Xavier Rhodes (CB), Mackensie Alexander (CB), Jayron Kearse (S), Stephen Weatherly (LB).
Para um time com tanta qualidade no elenco até o fim da última temporada, essa offseason deve ter doído bastante para os torcedores dos Vikings. Não apenas pela saída de jogadores cujo desempenho já não justificava o custo – por exemplo, Xavier Rhodes declinou bruscamente de produção e Linval Joseph já não era mais uma força tão impressionante pelo interior da linha defensiva -, mas entra também na conta a perda de atletas que eram parte vital da identidade do elenco, como é o caso de Stefon Diggs e Everson Griffen.
A impressão que ficou de 2019 é que Minnesota atingiu seu teto com a chegada na Semifinal de Conferência dada a forma que o elenco estava estruturado; agora, o time estendeu o contrato de Kirk Cousins para aliviar um pouco a folha salarial, mas não tem qualidade para se manter na condição de contender – mesmo com duas escolhas de primeira rodada no Draft. Num ano crítico para a manutenção de Mike Zimmer e Rick Spielman na organização, eles terão de fazê-lo com um time enfraquecido.
New York Giants
Chegaram: James Bradberry (CB), Blake Martinez (iLB), Levine Toilolo (TE), Kyler Fackrell (LB), Cameron Fleming (OT), Nate Ebner (S), Colt McCoy (QB), Dion Lewis (RB).
Saíram: Alec Ogletree (LB), Kareem Martin (LB), Anthony Hamilton (CB), Cody Latimer (WR), Mike Remmers (OT).
Um dos piores times da última temporada, os Giants adentraram a offseason com bastante dinheiro para investir e reforçar a equipe em torno de Daniel Jones. Bom, de fato o time investiu bastante no mercado, só que fez isso de um jeito bizarramente ruim.
Primeiro, a utilização da franchise tag em Leonard Williams, dado o custo-benefício do jogador, já foi um movimento bastante questionável; depois, os reforços também são passíveis de crítica: 14 milhões por James Bradberry, um jogador que não tem um histórico tão confiável contra os principais recebedores das equipes e que cede uma % alta de recepções; depois, outros reforços foram a dupla de linebackers composta por Blake Martinez e Kyler Fackrell vindos de Green Bay, e eles não são exatamente um duo dos sonhos.
As saídas foram ok – cortes de Alec Ogletree e Kareem Martin fazem sentido do ponto de vista financeiro. Dito isso, é o terceiro ano de Dave Gettleman como general manager dos Giants e é a terceira temporada consecutiva que estamos criticando duramente as decisões tomadas por ele. O futuro de New York não é animador.
New England Patriots
Chegaram: Beau Allen (iDL), Adrian Phillips (S), Damiere Byrd (WR), Brian Hoyer (QB), Brandon Copeland (LB).
Saíram: Tom Brady (QB), Kyle Van Noy (LB), Jamie Collins (LB), Danny Shelton (iDL), Ted Karras (C), Nate Ebner (S), Philip Dorsett (WR), Elandon Roberts (LB), Stephen Gostkowski (K), Duron Harmon (S).
Falando menos da saída de Tom Brady, que já foi analisada de forma mais completa aqui, e avaliando mais as perdas do resto do time: a defesa que foi excelente no último ano perdeu peças importantíssimas e imaginar que repita o desempenho como melhor da liga é sonhar um pouco alto demais: a versatilidade de Kyle Van Noy e Jamie Collins, por exemplo, será muito difícil de repôr. Danny Shelton era peça vital e extremamente subestimada pelo interior da linha, e Harmon participou de ao menos 60% dos snaps defensivos nos últimos três anos.
Uma das ‘cláusulas’ para que Brady voltasse ao time era de que ele gostaria de mais alvos ofensivos; ao invés disso, o time perdeu Philip Dorsett e certamente Damiere Byrd não será o jogador que vai resolver os problemas do ataque. Em algum momento Brady sairia do time e os Patriots teriam um ano complicado – só que, mesmo sob a tutela de Belichick, 2020 parece bastante assustador para o torcedor nesse momento.
Los Angeles Rams
Chegaram: A’Shawn Robinson (iDL), Leonard Floyd (EDGE).
Saíram: Dante Fowler Jr. (EDGE), Cory Littleton (iLB), Todd Gurley (RB), Nickell Robey-Coleman (CB), Clay Matthews (LB), Eric Weddle (S).
Os Rams foram de vencedores da NFC e participantes do Super Bowl para time mais fraco da NFC West e um dos piores da conferência em duas intertemporadas – isso é bem rápido. O time está preso ao contrato megalomaníaco e horrível de Jared Goff e, consequentemente, não consegue replicar o sistema à volta do quarterback que o fez ser tão efetivo em 2017 e 2018.
Além do interior da linha ofensiva, o calcanhar de aquiles do time cuja saída de Saffold e Sullivan em 2019 fez com que o desempenho de Jared Goff despencassem, o time agora tem buracos ainda mais evidentes: os ótimos Dante Fowler Jr. e Cory Littleton saíram para Atlanta e Las Vegas, respectivamente; Todd Gurley e Clay Matthews foram dispensados, Eric Weddle aposentou e o time perdeu o bom Nickell Robey-Coleman por um valor irrisório. Os movimentos de Les Snead, antes tão elogiados, estão cobrando seu preço agora – e está saindo bem caro.
Houston Texans
Chegaram: David Johnson (RB), Randall Cobb (WR), Eric Murray (S), Jaylen Watkins (DB), Brent Qvale (OT).
Saíram: D. J. Reader (iDL), DeAndre Hopkins (WR), Barkevious Mingo (LB), Johnathan Joseph (CB), Carlos Hyde (RB), Lamar Miller (RB).
Vamos imaginar um cenário no qual você tem o melhor recebedor da liga com três anos de contrato restando e eis que, um belo dia, você o troca por uma escolha de segunda rodada. Vamos imaginar que nesse mesmo cenário você não tem uma escolha de primeira rodada no Draft e o parceiro de troca escolhe no top 10 da classe e procura um recebedor. Parece irreal? Parece. Bill O’Brien achou que seria uma boa ideia? Achou. Pois é.
A troca terrível de Hopkins foi mais uma das péssimas decisões de O’Brien desde que acumulou também as funções de general manager no Houston Texans, mas se destaca como a pior. Além disso, a saída do excelente D. J. Reader deixa uma lacuna na linha defensiva que Brandon Dunn não será capaz de preencher. Até mesmo as contratações, como as chegadas de David Johnson e Randall Cobb, foram bastante ruins dado o contexto de ambas. Os Texans ficaram consideravelmente piores nessa intertemporada e as opiniões acerca do time dentro da liga são bem ruins – chegou a reportar-se que alguns jogadores defensivos não quiseram se juntar à Houston pelo que haviam ouvido sobre O’Brien. Se você torce pelos Texans, é impossível não odiar o treinador da equipe.
Chicago Bears
Chegaram: Nick Foles (QB), Robert Quinn (EDGE), Jimmy Graham (TE), Demetrius Harris (TE), Barkevious Mingo (LB), Germain Ifedi (OL), Artie Burns (CB).
Saíram: Nick Kwiatkoski (LB), Chase Daniel (QB), Leonard Floyd (EDGE), Nick Williams (iDL), HaHa Clinton-Dix (S), Kevin Pierre-Louis (LB), Prince Amukamara (CB), Taylor Gabriel (WR).
Ryan Pace. Executivo do ano. 2018.
A estratégia dos Bears na montagem do elenco não faz sentido. Eles trocaram uma escolha de quarta rodada por Nick Foles, que certamente é um upgrade em relação à Mitchell Trubisky, só que também é caro e os Jaguars provavelmente aceitariam qualquer coisa pra se livrar do custo do veterano, dada a ascensão de Gardner Minshew no último ano. E assinar com Robert Quinn por 5 anos e 70 milhões de dólares? Claro, ele vem de um bom ano, mas qual a prova de que ele replicará esse desempenho? Seu auge já parece ter passado. E a contratação de Jimmy Graham dispensa comentários.
E a situação fica ainda pior quando paramos pra analisar os jogadores que saíram. Kwiatkoski saiu porque o time tinha de pagar ele ou Danny Trevathan e escolheram o segundo, ok, compreensível; só que a dispensa de Prince Amukamara e a saída de HaHa Clinton-Dix para os Cowboys fazem com que a secundária dos Bears, antes um dos pontos mais fortes do time, agora possua dois buracos bem evidentes. Foles deve melhorar o ataque só por ser funcional, contudo, não dá pra esperar que a defesa tenha a mesma segurança dos outros anos. Não foi uma intertemporada produtiva para Chicago.
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