Antes favorito, agora sem esperanças: como explicar a inconsistência dos Raiders?

A temporada de 2016 do Oakland Raiders foi vista como uma espécie de renascimento da franquia. Depois de mais de uma década de apatia desde a aparição no Super Bowl XXXVII, a evolução do quarterback Derek Carr foi a força motriz da equipe, que teve 12 vitórias e 4 derrotas na temporada passada. 

Infelizmente, Derek Carr se lesionou antes da pós-temporada em 2016 e com Connor Cook de quarterback, o time sucumbiu à defesa do Houston Texans. Só que a esperança de um time forte para a temporada de 2017 permaneceu acesa – o ataque teria todas as peças para funcionar em alto nível e a defesa, bem ou mal, trouxe novos talentos.

Pois bem, cá estamos no final de outubro. E o Oakland Raiders está com 3 vitórias e 5 derrotas, mostrando todo seu potencial contra um time numa semana e tendo enormes dificuldades para anotar pontos na outra.

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De onde vem essa inconsistência?




Antes de mais nada, tiremos do caminho a explicação simplista que o grande Rodney Harrison adotou no último domingo [note] Rodney Harrison: Derek Carr is overrated. BROWN, Larry. Acesso em 30/10/2017 – http://larrybrownsports.com/football/rodney-harrison-derek-carr-is-overrated/405824 [/note]: Derek Carr é superestimado. É conveniente e fácil pegar o líder de uma equipe e atribuir a ele todos os problemas do time.

O camisa 4 está longe de ser um quarterback ideal – ele tem seus problemas, naturalmente, mas não preciso me alongar neles pois meu colega João Henrique Macedo já o fez com brilhantismo na última semana. O que precisa ser apontado é que, ainda que Derek Carr tenha suas oscilações – até naturais para um signal caller de 26 anos e apenas na sua quarta temporada – há problemas mais graves a serem observados.

A maior perda do Oakland Raiders para a temporada 2017 pode ter passado despercebida pela vasta maioria. Bill Musgrave, coordenador ofensivo da equipe em 2015 e 2016 deixou o time e se tornou o técnico de quarterbacks do Denver Broncos. Derek Carr, assim, perdeu um dos principais nomes que o ajudaram a se desenvolver. Entra, então, Todd Downing, promovido da função de técnico de quarterbacksum encaixe aparentemente perfeito, por ter trabalho sob Musgrave no desenvolvimento de Carr.

Até agora, Todd Downing não mostrou ao que veio. A equipe, que em 2016 foi a sexta melhor em jardas e sétima melhor em pontos [note] Is OC Todd Downing the Raiders’s solution or problem? KURTENBACH, Dieter. The Mercury News. Acesso em 30/10/2017 – http://www.mercurynews.com/2017/10/07/oakland-raiders-derek-carr-kurtenbach-is-offensive-coordinator-todd-downing-the-raiders-solution-or-problem/[/note], se mostra apática para as peças ofensivas que dispõe. Michael Crabtree, Amari Cooper, Cordarelle Patterson – três wide receivers com pedigree de primeira rodada do Draft – são nomes que conseguem fazer jogadas quando a bola chega. Acontece que há uma certa insistência – teimosa, diga-se de passagem – em conceitos ofensivos que não estão rendendo frutos para o Oakland Raiders.



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Para exemplificar: a quantidade de screens que Todd Downing chama é alarmante e infrutífera. Colocar Amari Cooper no slot para correr uma rota hitch rápido e não conseguir muitas jardas após a recepção é outra marca registrada. Dessa forma, o ataque não move as correntes, o ataque não fica em campo e a defesa é obrigada a jogar mais tempo do que seria desejável. E quando defesas cansam, erros são cometidos – e vira tudo uma bola de neve.

Apesar de estar a duas vitórias da briga pela vaga de wild card, a temporada do Oakland Raiders traz aquele feeling de que já foi pro espaço. Pela inépcia ofensiva, o time conta com muito talento do lado ofensivo da bola e simplesmente não consegue consistentemente anotar pontos. A defesa, tão criticada ano passado, evoluiu a ponto de conseguir manter o time no jogo – foi o ataque que parece ter jogado a toalha.

Derek Carr é inconsistente, mas não é o maior dos problemas de Oakland

O excesso de conservadorismo e previsibilidade ofensiva tem sido a âncora do Oakland Raiders na temporada.

Vejam a última campanha dos Raiders antes do intervalo para entenderem o que estou falando – cerca de trinta segundos no relógio e três timeouts. Resultado – screens sendo chamados de forma intervalada. Frustrante, conservador e inadequado para o nível de talento que há na equipe.

Não quero de forma alguma tirar crédito do Buffalo Bills pela sonora vitória ontem – é uma defesa talentosa, que vem queimando a (minha) língua e de tantos outros. Agora, até o torcedor mais apaixonado pelo time de Nova York consegue ver que há algo de errado na Califórnia.

Na próxima semana, o Sunday Night Football em Miami é um divisor de águas para o Oakland Raiders – talvez não para esta temporada, mas para o futuro. Todd Downing precisa empregar melhor o vasto talento ofensivo ao seu redor. Se as chamadas se mantiverem como estão, vai ser um longo domingo para os que vestem preto e prata.

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