Sam Bradford está sendo um imbecil ao não atender telefonemas dos Eagles

O Philadelphia Eagles trocou uma penca de escolhas com o Cleveland Browns para ter a chance de escolher Carson Wentz no Draft de 2016. Isso foi praticamente menos de dois meses depois de ter assinado um contrato de dois anos e 22 milhões de dólares garantidos com Sam Bradford. Não obstante, os Eagles assinaram com o reserva de Alex Smith, Chase Daniel – que na prática veio “no pacote” junto de Doug Pederson, ex-coordenador ofensivo do Kansas City Chiefs e agora técnico principal de Philadelphia.

Já seria, em tese, um pouco de competição para Bradford: mas nada que ele não estivesse esperando. Depois, veio a troca com os Browns. E aí, veio a reação absurdamente não-profissional.

Se você assistiu o filme Draft Day (A Grande Escolha, no Brasil) deve se recordar que quando Sonny Weaver Jr, o general manager interpretado por Kevin Costner, troca pela chance de escolher um novo quarterback no Draft, o então titular fica um tanto quanto desequilibrado e pede para ser trocado. Isso, para ele, seria uma traição – haja vista que seu contrato havia acabado de ser renovado. Lembra alguém?

Engraçado como a vida imita a arte algumas vezes. O Philadelphia Eagles, segundo o repórter da ESPN “residente” Sal Paolantonio, avisou a Sam Bradford e a Chase Daniel sobre a troca com Cleveland antes que ela fosse anunciada na imprensa. E mais: que um quarterback seria escolhido mas que este seria lapidado no banco e que neste ano Bradford seria titular. O que Bradford esperava com um contrato de dois anos? Que ele tivesse uma estátua na frente do Lincoln Financial Field? Um contrato de 2 anos é um contrato-ponte para quarterbacks. Todo mundo sabe disso e ele deveria saber também – óbvio que sabe, né, quem sou eu para dizer o contrário.

A birra de Bradford

Pois bem, ao invés de se provar útil e um profissional de qualidade, Bradford simplesmente vazou do treino ao saber da troca. Sim, simplesmente foi embora dos treinamentos de intertemporada. Isso é completamente insano. Seria a mesma coisa que você sair duas vezes com uma menina e colocar o status de relacionamento como “namorando” no facebook. Ele realmente achava que seria a resposta de longo prazo com um contrato de dois anos?

Não bastasse ter saído abruptamente do treino, Bradford simplesmente não atende mais qualquer ligação telefônica feita por alguém do Philadelphia Eagles. Nem mesmo o técnico, Doug Pederson, ele atende. Vocês sabem que gosto de fazer analogias com relacionamentos, mas isso está indo longe demais nesta situação. Até essas metáforas tem limite. Sam Bradford está agindo de um modo imbecil, pior do que um adolescente. Não profissional e longe do que se espera de um quarterback profissional na NFL. Ele espera o quê? Que com essa birra a equipe o troque?

Não. Primeiro porque os Eagles, após terem feito um contrato de 22 milhões garantidos, não vão aceitar nada abaixo de uma terceira rodada por Bradford. Segundo porque dificilmente uma equipe trocaria uma escolha de primeiro (1ª rodada) ou segundo dia de Draft (2ª ou 3ª) por um quarterback com histórico de lesão e que agora age de maneira birrenta. E terceiro porque Philadelphia precisa de um quarterback-ponte enquanto lapida Carson Wentz. Nem este e nem Paxton Lynch – embora isso seja assunto para outro texto ainda nesta semana – estão prontos para serem titulares na semana 1 da Temporada 2016.

Por todos esses motivos, acho difícil uma troca acabar acontecendo. Até porque o mercado para quarterbacks ainda está razoavelmente consistente se pensarmos que Ryan Fitzpatrick é free agent e Mike Glennon, reserva em Tampa Bay, seria uma troca mais fácil do que Bradford em Philadelphia. Sam Bradford precisa ajudar a si mesmo agora. Ele tem 28 anos e, caso fique saudável nesses dois anos de contrato e jogue de maneira consistente, pode virar uma commodity e tanto na free agency daqui alguns anos. Só depende dele mesmo, porque a troca não fez com que ele fosse reserva em 2016 – o próprio general manager dos Eagles, Howie Roseman, já deixou isso praticamente claro.

Mas depois dessa birra – e caso ela se arraste durante a intertemporada – é provável que ele vá para o banco por própria culpa. Não nos esquecemos que ele é um quarterback de spread num sistema de west coast do novo técnico, Doug Pederson. E que junto deste veio Chase Daniel, alguém que cresceu nesse sistema novo e que está acostumado com ele. Se Bradford continuar agindo assim, vai perder para si mesmo – e não para Wentz, alguém contra quem só competiria daqui um ano. Em resumo, ele está sendo um imbecil. É duro dizer isso, mas é a realidade.

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