Após três anos de sua polêmica seleção no Draft, Mitchell Trubisky dá adeus a seus momentos como titular do Chicago Bears. Se em 2017 o sistema como um todo não ajudava e em 2018 havia o problema de adaptação à filosofia de Matt Nagy, a temporada de 2019 deixou claro que não há mais desculpas: Trubisky não possui qualidade a qualidade para ser o quarterback principal de uma franquia. Assim, os Bears se movimentaram nesta free agency e, diante dos nomes disponíveis para troca, resolveram negociar a vinda de Nick Foles, o qual estava no Jacksonville Jaguars.
Foles teve uma produção baixíssima na última temporada em decorrência de uma lesão e se viu perdendo espaço para o calouro Gardner Minshew, o que levou ao fim precoce do casamento entre quarterback e franquia. Em troca da chegada do MVP do Super Bowl LII, os Bears entregam apenas sua escolha compensatória de quarta rodada, a 140ª geral.
O principal empecilho seria em relação ao contrato de Foles, o qual possuía aproximadamente 20 milhões de dólares em dinheiro garantido nas próximas duas temporadas. O insider da NFL, Adam Schefter, todavia, já anunciou que o vínculo será reestruturado e que, ainda que a duração do contrato permaneça em três anos e o dinheiro garantido permaneça na casa dos 20 milhões, há a possibilidade de uma anulação do vínculo ao fim dos próximos dois anos, a depender da performance do quarterback. Esse acordo faz sentido para ambas as partes, pois Foles ganhará um bom dinheiro se provar que ainda pode ser titular e os Bears evitam um mal investimento que engessaria o time por anos – algo que já aprenderam após a experiência com Jay Cutler.
Pode dar certo?
No fim das contas, essa é a pergunta de um milhão de dólares. O fim da janela defensiva de 2018, a derrota para o Philadelphia Eagles – comandados pelo mesmo Nick Foles – nos playoffs e o baixo rendimento ofensivo em 2019 já provaram que não há espaço para Trubisky mas, ao mesmo tempo, os Bears não estão a um quarterback de voltar ao topo da NFC.
A linha ofensiva precisa de um substituo para Kyle Long, que anunciou aposentadoria nesta intertemporada, e há a necessidade de parceiros para Kyle Fuller e Eddie Jackson na secundária. Ademais, a aquisição de mais um wide receiver, aproveitando a classe profunda e talentosa, é interessante para buscar boas atuações de Foles. O problema, porém, é que Chicago não possui uma folha salarial generosa – o espaço está em torno de 7 milhões, antes da oficialização do contrato do quarterback – e não possui escolhas de primeiro dia no Draft, em decorrência da troca por Khalil Mack.
Portanto, ainda que o elenco seja qualificado no ataque e na defesa, é difícil imaginar que Foles consiga colocar a franquia no topo da conferência novamente. Com a expansão do número de equipes classificadas à pós-temporada, é possível que Chicago consiga beliscar uma vaga de Wild Card, mas isso dependerá de um auxílio ofensivo que partirá, principalmente, de Matt Nagy; afinal, o técnico caiu muito de produção em 2019 e possui um ano de provação pela frente.
Com o Green Bay Packers ainda um passo à frente na disputa pela NFC North, os Bears terão que apresentar excelentes performances ofensivas em 2019 e isso passa diretamente pela conta de Foles. Com uma linha boa e com jogadores talentosos em Tarik Cohen e Allen Robinson, o quarterback pode ser capaz de fazer a bola girar no ataque – principalmente se a mente de Nagy voltar a brilhar. Para que a franquia possa ter grandes aspirações, contudo, Foles precisará apresentar seus momentos de mágica mais uma vez e, ainda que seja uma melhoria em relação a Trubisky, depender disso é dar muita sorte ao azar.
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