TAGGEAR UM JOGADOR E TROCÁ-LO… NÃO COSTUMA DAR CERTO 🏈

Caso Ngakoue e Jaguars pode ser mais um exemplo do fracasso dessa estratégia

Por meio de uma postagem no Twitter na manhã desta segunda-feira, Yannick Ngakoue tornou público o seu desejo de não assinar um contrato de longa duração com o Jacksonville Jaguars, afirmando que prefere seguir carreira em outro lugar. Alguns minutos mais tarde, porém, Adam Schefter informou o interesse da franquia em aplicar a franchise tag no EDGE mesmo assim, ainda que posteriormente seja obrigada a trocá-lo.

A postura de Jacksonville é compreensível: Ngakoue é um pass rusher jovem, produtivo e valiosíssimo. Perdê-lo de graça na free agency seria um tremendo fiasco. Deste modo, a franchise tag acaba sendo uma última tentativa desesperada de conseguir algum retorno – qualquer um – pelo jovem defensor.

O grande problema é que às vezes essa tentativa desesperada acaba virando um enorme tiro no pé. Estamos obviamente falando do que aconteceu no ano passado entre Houston Texans e Jadeveon Clowney, um exemplo emblemático do porquê você não deve taggear um jogador pensando exclusivamente em trocá-lo. O caso de Clowney é similar ao de Ngakoue em vários aspectos, por isso os Jaguars devem medir muito bem o risco de “etiquetá-lo”, pois o tiro pode sair pela culatra.

A franchise tag acaba com o poder de barganha da franquia

Normalmente, durante uma movimentação de troca, a equipe possui quase todo o poder de barganha da negociação, podendo impor ao jogador a sua vontade – ou seja, o lugar para onde este será trocado – se não for uma decisão de total consenso. No caso de uma situação de franchise tag, contudo, isso se inverte e o atleta acaba tendo bem mais poder na hora de decidir o seu destino.

Foi o que aconteceu com Clowney. O Miami Dolphins chegou a conversar com Houston para adquiri-lo, mas o EDGE inviabilizou o acordo por não querer atuar em um time em reformulação e sem grandes ambições na temporada. Os Texans, então, tornaram-se reféns até alguma equipe do interesse de Clowney entrar na negociação. Isso só ocorreu às vésperas do início da temporada regular, quando o Seattle Seahawks apareceu e tirou o defensor de Houston a preço de banana.

E de onde veio todo esse poder de barganha pela parte de Clowney? Da sua opção de não assinar a franchise tag e fazer uma greve aos moldes de Le’Veon Bell, ficando um ano inteiro longe dos gramados. Ao que tudo indica, ele já estava disposto a fazer greve nos Texans, portanto, se fosse trocado para um lugar que o desagradasse, era só seguir com o plano no novo time. Não havia nada a perder.

Miami, por sua vez, obrigatoriamente recuou nas negociações porque corria um risco imenso de Clowney nunca entrar em campo por um snap sequer. Por exemplo, se não conseguissem convencê-lo a desistir da greve – o problema não era dinheiro, mas sim a ausência de um time competitivo -, teriam que aplicar a franchise tag de novo em 2020 e começar o ciclo negociações outra vez. Era uma dor de cabeça que não fazia nenhum sentido ter.

Se quiser, Ngakoue pode fazer exatamente a mesma coisa com os Jaguars, bloqueando investidas de quem não o agrada e esperando um time ideal aparecer. Caso isso não ocorra, bem, é só fazer greve – ou até aceitar a tag, jogar mais uma temporada em Jacksonville e então virar agente livre em 2021, adiando o plano de mudar de equipe por alguns meses. Lembrando que ter Ngakoue por mais um ano via franchise tag – uma tag bem cara por sinal, calculada em 19 milhões de dólares para defensive ends – e não o prender com um contrato de longa duração seria unicamente adiar a perda, não resolvendo em nada a vida dos Jaguars.

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