Já falei algumas vezes e repito no início deste texto: uma das coisas mais difíceis como torcedor é aceitar que um ídolo não é mais o mesmo que vimos no auge. Afinal, como bem escrito nessa bela crônica por Antony Curti, o esporte é mais que números frios e desempenhos: é paixão, boas lembranças e momentos importantes individualizados. Dito isso, uma coisa que todo torcedor do Denver Broncos precisa aceitar: o Von Miller de 2015, MVP do Super Bowl 50, não existe mais. Trágico? Nem tanto.
Miller ainda é um jogador de alto nível
Uma das coisas que temos certeza na vida que não pode ser controlada é a idade. Ela inevitavelmente avança para todos (esse pobre analista que os diga) e para Miller isso não seria diferente. Com 31 anos, o EDGE dos Broncos começa a entrar na fase final da carreira, a em que a parte física deverá ser cada menos fator fundamental, sendo substituída pela técnica apurada e pelo famoso “atalho”, jargão popular no futebol da bola redonda. Tal como um Romário nos derradeiros anos de carreira, é hora de Miller saber quando poupar energia, para explodir nas melhores oportunidades.
Apesar de em 2019 ter tido seu pior números em sacks em uma temporada completa, com apenas 8, o camisa 58 ainda é bem acima da média dos jogadores de sua posição. Em 2020, mais adaptado a defesa do treinador Vic Fangio, tem tudo para ser nome importante para equipe do Colorado. Vale lembrar que mesmo tendo menos sacks que o usual, Miller foi o décimo jogador que mais conseguiu quebrar o pocket adversário. O site Next Gen Stats compilou apressamentos, pressões e sacks de cada jogador e dividiu pelo número de snaps em pass rush: o jogador dos Broncos conseguiu bater os adversários em 14,4% das vezes.
