Parecia uma ideia completamente biruta numa liga cada vez mais voltada para o jogo aéreo em que mais da metade dos snaps ocorrem, em média, na formação shotgun. Pareceu esquisito já no Draft de 2016: mesmo tendo recém-adquirido o running back DeMarco Murray, o Tennessee Titans foi atrás do vencedor do Heisman Trohy na segunda rodada em Derrick Henry.
O que parecia completamente anacrônico, por ora, riu pro último. A estreia do Tennessee Titans e seu ataque terrestre “jurássico” baseado em corridas de força (power running) deu muito certo na vitória de 27 a 10 contra o San Diego Chargers. Claro: é só pré-temporada e geralmente os reservas tem menos talento tackleando, o que ajudou o jogo terrestre dos Titans engatar a segunda marcha. Mas foi bom. Muito.
Combinados, Derrick Henry e DeMarco Murray tiveram 16 carregadas, 167 jardas terrestres e um par de touchdowns apenas no primeiro tempo – um deles, de Murray, para 71 jardas numa terceira descida para uma jarda. Simplesmente ninguém encostou no ex-jogador do Philadelphia Eagles e, antes, do Dallas Cowboys. Enquanto Murray não foi tocado nesse highlight, os melhores momentos do calouro vieram como um dejavú para quem acompanhou sua carreira em Alabama: toneladas e toneladas de tackles quebrados.
O treinador dos Titans, Mike Murlakey, define seu esquema como “exotic smashmouth” (algo como “rolo compressor exótico”, em tradução livre). “Adoraria ver isso durante toda a temporada”, disse o treinador. “É o que eles são capazes de fazer”.
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Mularkey, quando coordenador ofensivo do Pittsburgh Steelers, no início dos anos 2000, utilizou este sistema, em que o jogo corrido liderado pelo running back Jerome Bettis (“The Bus!”) era a base. O componente “exótico” vinha dos passes longos e das corridas do quarterback Kordell Stewart. Stewart era um jogador atlético, muito veloz e forte fisicamente, ainda que apresentasse limitações importantes na precisão nos passes.
Agora, em Tennessee, Mularkey busca utilizar os atributos do quarterback Marcus Mariota como o componente complementar do ataque da equipe. Mariota foi muito bem em sua primeira temporada na NFL, demonstrando um futuro promissor na liga. “Nós definitivamente queremos ser um time físico, especialmente correndo com a bola”, falou o calouro Henry. “Queremos ser smashmouth… Hoje foi um bom dia, com a linha bloqueando e nós correndo”.
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É apenas pré-temporada e mesmo os titulares do San Diego Chargers estão longe de serem considerados como uma sólida defesa contra o jogo terrestre – no ano passado foi a 27ª da liga em jardas corridas cedidas/jogo, com 125,3. De toda forma, é um começo que dá esperança para que o esquema funcione de maneira a incomodar na AFC South.
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