Veja os calouros que mandaram bem na pré-temporada 2016 da NFL

A pré-temporada é importante? Depende do ponto de vista. Se formos considerar avaliação de Tom Brady no que pouco jogou, em quase nada importa. Afinal de contas, ele tem quatro títulos e certamente estará no Hall da Fama.


Agora, quando falamos dos calouros, aí o buraco é mais embaixo. A pré-temporada, mesmo se tratando de jogos amistosos, é extremamente importante quando o assunto são os primeiranistas. Afinal de contas, tudo é mais rápido da NFL. Os jogadores, o pass rush, o desenvolvimento das jogadas. Essa adaptação não é simples – e, queira ou não, seja contra titulares ou reservas, esses calouros estão agora jogando contra o topo da pirâmide.

Justamente por isso, resolvemos fazer este texto destacando alguns calouros que mandaram bem nessas quatro semanas de pré-temporada. As análises estão longe de serem conclusivas. Não se trata de um veredito – seria algo mais próximo de um “indício” de que o jogador começou bem a adaptação. Peyton Manning ainda tem o recorde de mais interceptações para um calouro – e nem por isso seu primeiro ano fez com que ele tivesse uma carreira ruim (muito pelo contrário).

Dores de crescimento a parte, vamos elencar então?

Dak Prescott, quarterback, Dallas Cowboys (4ª rodada do Draft 2016)

Talvez a grande história da pré-temporada deste ano. Prescott sequer era o reserva imediato de Tony Romo quando a pré-temporada começou: ele era o terceiro no plantel (depth chart). Mas aí o primeiro reserva, Kellen Moore, machucou e está fora dos campos em 2016. Prescott ganhou mais tempo em campo e já na abertura da pré-temporada ateou fogo no mundo.

Prescott entrou em campo desde o início – Tony Romo estava sendo poupado, ainda se recuperando de lesões sofridas no ano passado. Para a sorte do calouro vindo de Mississippi State, o jogo contra os Rams era a “re-abertura” do Los Angeles Memorial Coliseum na NFL e o primeiro jogo dos Rams em Los Angeles desde 1994. Com transmissão nacional pela ESPN americana, a partida era tudo que Prescott queria se fosse pensar no palco perfeito para brilhar.

Na semana seguinte contra os Dolphins, ele teve rating perfeito (158,3 de 158,3 possíveis). E aí na semana três da pré-temporada, Tony Romo machucou as coisas – lesão a qual deve deixar o titular fora por cerca de seis semanas. De segundo reserva e escolha de quarta rodada, Dak Prescott se tornou titular do America´s Team em pouco menos de um mês. Mas as coisas não caíram do céu: ele fez por merecer. 78% de passes completos (39/50), 454 jardas passadas, 5 touchdowns e nenhuma interceptação (fora dois touchdowns corridos). Se pudéssemos dar o prêmio Victor Cruz de MVP da Pré-Temporada, ele com certeza iria para o camisa 4.

Menção honrosa para os quarterbacks: Trevone Boykin, quarterback, Seattle Seahawks (undrafted, num perfeito show cover de Russell Wilson ao longo da pré-temporada)

Derrick Henry, running back, Tennessee Titans (2ª rodada do Draft 2016)


Vencedor do Heisman Trophy na temporada passada (o prêmio para o mais extraordinário jogador do College Football), Henry foi uma supresa no Draft. Ele saiu quando era esperado – segunda rodada, dada a deficiência em receber passes e em bloquear, coisas que não lhe foram exigidas em Alabama. Mas não para onde era esperado, o Tennessee Titans – dado que na mesma intertemporada os Titans já haviam adquirido o estelar DeMarco Murray por meio de troca com os Eagles.

Não foi por acaso: as coisas já estavam planejadas. Os Titans pretendem montar um backfield parecido com o que o Pittsburgh Steelers tinha ao início da década de 2000 (a propósito, vale lembrar que o head coach de Tennessee, Mike Murlakey, era o coordenador ofensivo daqueles times de Pittsburgh). Dois running backs titânicos – trocadilhos a parte – e um quarterback móvel em Marcus Mariota. Dificilmente, aliás, este último deve passar a bola mais do que 25 vezes por jogo.

Mas voltamos ao desempenho de Henry na pré-temporada. Ele teve uma média impressionante de jardas por carregada – foram 6,4, com 234 totais. O mais impressionante foi que 15 das suas 34 carregadas na pré-temporada geraram primeiras descidas. Num ataque com viés tão terrestre, essa estatística assusta positivamente.

Menção honrosa para os running backs: DeAndre Washington (Oakland)

Vernon Hargreaves III, cornerback, Tampa Bay Buccaneers (1ª rodada do Draft 2016)

Segundo cornerback a ser escolhido na primeira rodada do Draft de 2016, Hargreaves foi uma dupla vitória para os Buccaneers. Primeiramente, os Bucs trocaram com os Bears e mesmo assim conseguiram o prospecto, que pretende melhorar uma secundária questionável.

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Vernon já foi declarado como titular e não seria para menos, dadas as duas interceptações na pré-temporada. Parece pouco – mas tem cornerback que não consegue isso o ano todo. Mais: temos que contextualizar ao lembrar que ele não ficou as quatro partidas inteiras em campo. Com efeito, a promessa é boa e o produto de Florida pode continuar a reinar – mas agora ao invés do pântano dos Gators, no estádio pirata dos Bucaneiros.

Robby Anderson, wide receiver, New York Jets (undrafted)

Todos os anos temos um caso assim. A posição de recebedor muitas vezes esconde gemas não draftadas e 2016 não foi exceção à regra. Considerando que os Jets têm que, no médio prazo, se preocupar com a idade de seus dois recebedores principais (Brandon Marshall e Eric Decker) a surpresa com Robby Anderson foi ótima.

Anderson foi um atleta de dois pelotões na faculdade – jogou por Temple no College Football. É raro ver caras assim hoje em dia – ele jogava como wide receiver e como cornerback. Na NFL, vem se destacando (de modo mais definitivo a partir da terceira semana da pré-temporada, quando alinhou como split end no lugar do machucado Marshall). Robby teve 203 jardas recebidas e dois touchdowns no período. Ambas as marcas lideraram os calouros na pré-temporada.

Menção honrosa para os recebedores: Tajae Sharpe, Tennessee Titans.

Ronnie Stanley (OT, Ravens), Jack Conklin (OT, Titans) – ambos primeira rodada do Draft 2016


Vamos mostrar um pouco de amor à linha ofensiva aqui. Começando por Conklin, os positivos resultados de Henry e do jogo terrestre de Tennessee nessa pré-temporada se devem, além do talento dos corredores, à força que a linha ofensiva dos Titans tem. Conklin foi titular como right tackle – talvez a posição mais importante da linha quando o assunto é jogo terrestre.

Do outro lado, Ronnie Stanley foi o left tackle de Baltimore neste último mês e esteve longe de desapontar. A pressão esteve presente, dado que os Ravens não contam mais com Eugene Monroe, o qual foi titular absoluto na posição por três temporadas. Considerando que Joe Flacco volta de lesão que encerrou sua temporada e que o left tackle é o principal linha na proteção ao quarterback, Stanley fez uma sólida pré-temporada e deve colaborar com a saúde de Flacco em 2016.

Noah Spence, edge rusher, Tampa Bay Buccaneers – 2ª rodada do Draft 2016

Um bom exemplo de jogador que acabou caindo no Draft por conta de desempenho extra-campo, Spence foi cortado do time de Ohio State por doping (uso de esctasy). Acabou encontrando abrigo em Eastern Kentucky – mas obviamente caiu no Draft por conta disso. Você pode até achar que ele é um prospecto de “segunda divisão do College”, mas não é o caso.

Confira o índice de Previsões do ProFootball para 2016

De toda sorte, Tampa Bay investiu no jogador. E, embora ele não deva ser titular no 4-3 base da equipe, Spence deve entrar no campo em situações óbvias de passe para ser pass rusher em Nickel. Olho nele, porque na pré-temporada o calouro foi bem.

Outras menções honrosas de calouros que foram bem em agosto: Mackensie Alexander (Vikings, CB), Vonn Bell (Saints, DB/S), Chris Jones (Chiefs, DT), Myles Jack (que não jogou muito, apenas em nickel, ILB, Jaguars).

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