É natural que o técnico mais vitorioso da história da NFL tenha uma longa “árvore genealógica” de discípulos espalhados por diversas franquias. Portanto, não surpreende que 12 pupilos de Bill Belichick, entre ex-assistentes ou ex-jogadores, tenham recebido oportunidades como head coach na liga. O último deles foi Joe Judge, ex-coordenador dos times especiais do New England Patriots, contratado para ser o novo treinador principal do New York Giants.
A coaching tree de Belichick, contudo, está longe de render os frutos esperados. Até o momento, por exemplo, apenas dois dos seus ex-assistentes possuem records positivos na carreira: Al Groh (9-7) e Bill O’Brien (52-44).
Esse grande histórico negativo faz com que ainda exista muito ceticismo em relação aos profissionais que saem debaixo da asa do técnico dos Patriots. Pensando nisso, separamos os cinco maiores casos de fracasso entre os ex-pupilos que viraram head coach.
Josh McDaniels – Denver Broncos (2009-2010)
McDaniels é provavelmente o maior responsável pela má fama de toda a coaching tree, o caso mais claro do porquê apenas Bill Belichick pode agir como Bill Belichick. Sua tentativa de replicar o modelo dos Patriots rendeu problemas com vários jogadores, incluindo Jay Cutler, que não gostou nada quando soube que o treinador queria levar Matt Cassel para Denver. No final, Cutler foi trocado para o Chicago Bears e os Broncos acabaram com Kyle Orton under center.
Acusado de ser arrogante e até imaturo, McDaniels não conseguiu bons resultados dentro de campo para se sustentar no emprego por muito tempo. Após um começo 6-0 em 2009, Denver perdeu oito dos seus últimos 10 jogos e ficou fora dos playoffs. As coisas não melhoraram em 2010 e Josh acabou demitido já na semana 12. Ademais, ter gastado uma escolha de 1ª rodada em Tim Tebow também não pega bem para o seu resumo.
Nick Saban – Miami Dolphins (2005-2006)
Além de Saban ter sido o coordenador defensivo de Bill Belichick em Cleveland por quatro temporadas, ambos são amigos de longa data. O atual técnico de Alabama, todavia, não teve muito sucesso na NFL antes de ir para Tuscaloosa e se tornar uma divindade do College Football.
A grande mácula na passagem de Saban pelos Dolphins foi ter rejeitado Drew Brees em 2006, acreditando que este não tinha mais condições físicas de jogar em alto nível depois de uma séria lesão no ombro – naquela altura, a franquia preferiu apostar em Daunte Culpepper. Talvez tudo fosse diferente para Miami e para o treinador não fosse essa infeliz decisão. Seja como for, Saban durou apenas duas temporadas em Miami, ostentado um medíocre retrospecto 15-17.
Romeu Crennel – Cleveland Browns (2005-2008) e Kansas City Chiefs (2011-2012)
Crennel foi o coordenador defensivo da primeira dinastia dos Patriots, ganhando três anéis de campeão do Super Bowl entre 2001 e 2004. Ele tem a honra de ser o técnico mais longevo do Cleveland Browns no século XXI, sobrevivendo quatro temporadas no cargo. Também foi o único treinador a vencer pelo menos 10 partidas com a franquia de Ohio neste milênio (2007).
Apesar desses poucos pontos positivos, não há nada muito especial a ser destacado em sua carreira: o record de 28 derrotas e 55 vitórias fala por si só. Crennel ainda teve uma segunda chance como head coach em Kansas City, sendo o antecessor de Andy Reid no Missouri. A franquia, entretanto, teve a pior campanha da NFL sob o seu comando em 2012.
Eric Mangini – New York Jets (2006-2008) e Cleveland Browns (2009-2010)
Mangini foi o sucessor de Crennel como coordenador defensivo dos Patriots e como técnico principal dos Browns. Embora tenha levado os Jets aos playoffs em seu ano de estreia, ele é mais famoso por ter denunciado o esquema do “Spygate” do que pelas suas conquistas como head coach.
Sua passagem por New York durou três temporadas. A demissão veio em 2008 após começar o ano 8-3, perder quatro dos seus últimos cinco jogos e ficar fora dos playoffs. Em seguida, Mangini recebeu uma nova oportunidade em Cleveland, mas não resistiu a duas campanhas 5-11 consecutivas. Seu retrospecto final como treinador é 33-48.
Al Groh – New York Jets (2000)
Ex-treinador de linebackers dos Browns em 1992, Groh foi escolhido às pressas para substituir Bill Belichick em New York após este se comprometer com a franquia e desistir um dia depois para assumir os Patriots. Até nisso Josh McDaniels tentou copiar seu mestre, diga-se de passagem.
Groh ficou apenas um ano com os Jets, passando perto dos playoffs com uma decente campanha 9-7. Em 2001, contudo, pediu demissão para assumir a Universidade de Virgínia, sua alma mater, onde ficou até 2009. Ele nunca mais treinou na NFL novamente.
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