Uma declaração, fora de contexto, pode parecer algo que não é. É preciso ter cautela na interpretação de certas coisas. Não é diferente no caso de Cam Newton: todo mundo sabe como ele é um cara popular e midiático. E todo mundo sabe da autoconfiança que ele tem em si mesmo.
Li em alguns lugares que Cam estava se comparando a Tom Brady, Kobe Bryant e LeBron James. Acho que não é exatamente isso: o que ele disse foi que, no contexto do Carolina Panthers, ele tem uma importância na determinação da vitória ou da derrota tanto quanto os nomes acima. “Nunca houve um momento em que estive num time – não importa mesmo se é softball – e que não fui tido como aquele cara. É difícil, quando o jogo está 14-10 e precisamos de um touchdown; é terceira pra dois e você olha para seu técnico, recebe a jogada e é tipo “BORA”!”, disse Newton ao site oficial do Carolina Panthers. “Não é diferente de LeBron, Kobe, Jordan ou mesmo Brady. Meu maior dom é em certa medida uma maldição também”, completou.
Pode parecer absurdo e fora de contexto parece que ele comparou sua carreira e seus talentos aos talentos e carreiras dessas outras lendas. Não acho, honestamente, que tenha sido o caso. E mesmo que tenha sido, seria o tipo de coisa que eu não concordaria – mas gostaria que meu quarterback dissesse. Claro: ele tem que fazer jus a isso. Kobe, Jordan, Brady e LeBron têm anéis de campeões – o próprio site dos Panthers menciona isso.
Leia mais sobre os Panthers:
Pelo Draft, Panthers buscaram armas para ajudar Cam Newton a voltar à forma de MVP
Panthers dão 55 milhões para Matt Kalil: talvez a pior contratação da Free Agency
Como o Carolina Panthers saiu de campeão da NFC para a última posição de sua divisão?
Ao mesmo tempo, no que diz respeito a parte da “maldição” de ser “o cara” do elenco – o que, convenhamos, é verdade no caso de Carolina – Newton fez questão de mencionar que precisa dar oportunidade para outros realizarem jogadas também. Ron Rivera, técnico dos Panthers, já mencionou que Newton tem que correr menos com a bola (amém). Os próprios Panthers indicam que têm esse desejo, mesmo que indiretamente. Afinal, escolheram um running back na primeira rodada do Draft com Christian McCaffrey – e, na segunda, veio o recebedor/arma ofensiva Curtis Samuel. Com esses dois, mais Greg Olsen e tendo Jonathan Stewart e Kelvin Benjamin saudáveis (no caso deste, que ele esteja dentro do peso também) não há motivo para Newton querer fazer tudo.
Publicidade
E nem deve, visto que se machucou (concussão) contra os Falcons no ano passado numa simples conversão de dois pontos. “A questão é que eu tenho que perceber que meu trabalho não é necessariamente ser sempre o criador de jogadas”, disse. “Tenho que dar a oportunidade para outros fazerem as jogadas. É a parte mais difícil sobre o amadurecimento, especialmente para mim”, completou.
Após uma temporada de MVP – na qual não contou com seu recebedor principal, Kelvin Benjamin – Newton foi do céu ao inferno: os Panthers não se classificaram para a pós-temporada no ano passado. De toda forma, é possível apontar que a equipe de Charlotte é uma das candidatas aos playoffs neste ano – ainda mais numa NFC South que costuma ser imprevisível e aberta.
Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony ou no facebook – e ainda, nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.









