O período de Peyton Manning na NFL foi glorioso e cheio de momentos inesquecíveis. Comandante de ataques incríveis, Manning soube utilizar o no-huddle aliado com a paciência como ninguém. Foram momentos memoráveis, que vão desde a virada sobre o New England Patriots para alcançar o Super Bowl XLI (e derrotar o Chicago Bears), passando pela lesão que o tirou da temporada de 2011 e culminando no título do ano passado com o Denver Broncos. Só que imagine, por um momento, que o final desta história incrível poderia não ter acontecido – ou acontecido bem diferente.
Esta semana foi revelado o que alguns insiders tinham relatado na época: Manning poderia, quando fora free agent em 2012, nunca ter ido para o Colorado, mas sim para Tennessee. Os Titans estiveram muito perto de poder contar o camisa #18 under center e teriam mudado toda a história da liga.
Fica difícil imaginar o impacto que esta contratação teria ao longo dos anos, porém o Pro Football tentou esboçar um pouco dos acontecimentos. Muito mais Luck vs Manning, uma Hail Mary que nunca teria acontecido e um carrossel de quarterbacks. Acompanhe um pouco mais sobre o que poderia ter acontecido se Peyton Manning tivesse voltado ao estado em que se formou.
Titans campeão da divisão e um recorde que nunca existiu
O ataque dos Titans visivelmente era deficiente no início da Free Agency, porém com a chegada de Peyton Manning seria possível atrair muito mais talentos via o mercado e acabam chegando Vincent Jackson (para reforçar um corpo de recebedores que contava com Kenny Britt, Nate Washington e Damian Williams) e Ben Grubbs – que seria titular junto com Steve Hutchinson. Sem quarterback, os Broncos acabam fazendo uma troca com os Titans e Matt Hasselbeck vira companheiro de equipe de Tim Tebow – Brock Osweiler chegaria via Draft para fazer uma tríade na disputa pela posição.
Um Brady vs Manning na volta aos gramados seria o assunto na intertemporada, mas o Manning de 2013 não é tão dominante quanto o de Denver – tanto é que ele não conseguiria bater o recorde de passes para touchdown (lembre-se que foram 55 passes naquele ano) – devido à falta de alvos de qualidade. Mesmo assim, com um Chris Johnson um pouco mais renovado por não ser tão usado, os Titans ganham a divisão e ficam com a seed #2 e os Broncos acabam amargando um 8-8, vendo os Chargers levarem a divisão – e perderem para os Texans no Wild Card. Desta vez, o Baltimore Ravens vai para Nashville e não precisa de uma Hail Mary para levar o jogo – e depois conquistar o Super Bowl, após passar novamente pelos Patriots na final da divisão.
O início das mudanças
Nem mesmo Manning consegue disfarçar o fraco elenco de Tennessee, logo a franquia foca ainda mais no ataque durante a intertemporada. Com a vinda de Andy Levitre na Free Agency, o front office resolve arrumar alvos para o quarterback durante o Draft e acaba escolhendo DeAndre Hopkins e Montee Ball – e o resto do Draft visa a defesa. Já os Broncos promovem Osweiler para o posto de titular e acabam com Kyle Long no Draft para protegê-lo.
Enquanto a temporada de Denver não é das melhores, amargando um 6-10 devido ao início do amadurecimento de Brock Osweiler, Tennessee perde muitos jogos devido a sua fraca secundária – porém o ataque é um dos melhores da liga. A dupla Vincent Jackson e DeAndre Hopkins é uma das melhores, o que garante a seed #3 no final da temporada para enfrentar o Pittsburgh Steelers no Wild Card. No outro jogo, o campeão da divisão Kansas City Chiefs acaba ganhando dos Chargers e vai para Foxbourogh enfrentar Tom Brady – com os Titans ganhando do Cincinnati Bengals fora de casa. Na final da conferência, Brady ganha o primeiro Brady vs Manning da pós-temporada e vai enfrentar o Seattle Seahawks – e Russell Wilson sai com o primeiro título.
O carrossel de quarterbacks
Na intertemporada, fica claro o que os Titans precisam fazer: reforçar a secundária e começar a pensar no futuro – visto que o projeto Jake Locker já teria sido trocado na intertemporada passada. Manning tem um ou dois anos pela frente, logo seria muito lógico a franquia escolher o signal caller do futuro. Na Free Agency, Aqib Talib e Jairus Byrd chegam para tentar levar o elenco ao próximo nível, o transformando em um sério candidato ao Super Bowl. Com Osweiler under center e uma boa escolha, John Elway acha um novo alvo para o seu quarterback em Odell Beckham Jr., elevando o nível da franquia – que torna-se uma das favoritas para ganhar a divisão. Já os Titans buscam o seu futuro quarterback em Teddy Bridgewater no final da primeira rodada e o Minnesota Vikings acaba se contentando com Derek Carr – deixando o Oakland Raiders sem nada.
A temporada de 2014 é a melhor de Tennessee. Fica visível que Manning está sentindo a idade (como foi na realidade com os Broncos), porém os grandes alvos Hopkins e Jackson ajudam muito mais ele ao longo do ano. Com uma defesa melhorada e um ataque finalmente encaixado, Tennessee acaba com a seed #1, deixando os Patriots com a #2. No Wild Card, Andrew Luck finalmente joga a sua primeira partida na pós-temporada e derrota os Steelers fora de casa. No outro confronto, o Cincinnati Bengals ganha do campeão de divisão Denver Broncos e encontra-se com os Titans no Divisional. Manning ganha dos Bengals e depois ganha de Tom Brady, vai ao Super Bowl e vê Russell Wilson ganhar o seu segundo título.
O último ano de Manning
Tennessee tenta gastar o possível e o impossível na Free Agency para aproveitar o último ano de Peyton Manning, porém não chega perto das loucuras que John Elway fez. No Draft, os Raiders acabam achando o seu quarterback do futuro em Marcus Mariota e os Vikings ficam com Amari Cooper. Os Broncos entram favoritos na temporada, mas não conseguem levar a divisão – que acaba ficando novamente com os Chiefs.
Já na divisão sul da AFC, Manning sente a idade e os Titans não fazem uma grande campanha, mas mesmo assim levam o título de uma fraca divisão – e acabam na seed #4. No Wild Card, Tennessee recebe os Broncos e vence, se colocando em posição de enfrentar os Bengals no Divisional – visto que os Steelers ganham fora de casa do Kansas City Chiefs. Contra um Cincinnati Bengals sem Andy Dalton, os Titans avançam e acabam caindo para os Patriots em Foxbourogh – e Manning se aposenta vendo Tom Brady levantar o troféu Lombardi.
Com Manning aposentado, Teddy Bridgewater assume a titularidade. Brock Osweiler vira o cara em Denver, Marcus Mariota a esperança em Oakland e Derek Carr o futuro de Minnesota. Mike Munchak ainda tem emprego e talvez nunca aconteceria de Russell Wilson fazer um passe na linha de uma jarda em uma second and goal. Que mudança drástica poderia acontecer na NFL com uma simples mudança: o Tennessee Titans conseguirem contratar Peyton Manning em 2012.
