Apenas uma equipe, desde que os playoffs foram concebidos com seis times por conferência, jogou a pós-temporada após começar o ano com quatro derrotas e nenhuma vitória: o San Diego Chargers de 1992. Agora em outra cidade, mas com a mesma missão: O Los Angeles Chargers de 2017 tem tudo para repetir o feito, praticamente impossível se várias estrelas não se alinharem. E no mar de confusão que a realocação da franquia gerou na última intertemporada, era difícil prever isso.

A AFC West está uma bagunça e aquém do desejado pelos torcedores das outras três franquias. Se antes da temporada pensávamos nela como a divisão mais forte da NFL, hoje temos um mar de caos, ineficiência e instabilidade. Isso, principalmente, foi o que permitiu – aparte dos méritos próprios, claro – que Los Angeles despontasse mesmo começando o ano com quatro derrotas. O Oakland Raiders tem um ataque inepto e uma das piores defesas da liga se você não considerar Khalil Mack na equação. O Denver Broncos tem um carrossel de quarterbacks e, quando você coloca Brock Osweiler em campo como esperança, bem, é sinal de que as coisas não estão bem. E, finalmente, o Kansas City Chiefs vive uma má fase incrível – o ataque simplesmente parou de compensar a ausência de Eric Berry e demais mazelas defensivas.
Fato é que a partida de domingo é um grande resumo do ressurgimento angelino neste ano. Na vitória ante Washington, Philip Rivers continuou mostrando grande fase – é quase impossível não colocá-lo como melhor temporada dentre a notória classe de 2004 no Draft, a qual compartilha com Ben Roethlisberger e Eli Manning. Ontem, Rivers teve 18-31 para 319 jardas e dois desses passes, para touchdown. Nos passes que viajaram pelo menos 15 jardas, Rivers conseguiu 100% de aproveitamento: 6-6 para 221 jardas e uma marcação. Kirk Cousins, nos mesmos passes, teve 3-9.
A bem da verdade, Rivers é apenas um destaques do time. A dupla Melvin Ingram e Joey Bosa é a melhor da NFL no quesito “pressionadores que se alinham no extremo da linha” (ou, em inglês, edge rushers). Considerando que J.J. Watt está machucado e que Whitney Mercilus, também, dá para dizer isso com alguma tranquilidade. A dupla ajuda a colocar a equipe com 37 sacks na temporada – quinta melhor marca da NFL no momento. Ingram tem 9 e Bosa tem 11,5. Incrível.
Aparte desses três, ainda temos Keenan Allen – para mim, o melhor wide receiver de 2017 dentre os mortais. Com todo o respeito aos jogadores da posição, mas Antonio Brown está em outra dimensão nesta temporada. Então, entre os “demais”, Allen é o melhor. Justo? Bom, os números dizem bastante. Allen tem quatro jogos seguidos para pelo menos 100 jardas recebidas. Nesses, tem quatro touchdowns. Nada mal, não?
O Los Angeles Chargers está embalado, têm méritos. Para ajudar, a AFC West está um cocô em chamas nesta temporada. E para ajudar ainda mais, o time tem três jogos plenamente ganháveis. Chiefs, Jets e Raiders nas três últimas semanas. Antes do ano, nossa equipe colocou o Los Angeles Chargers como uma potencial surpresa na temporada. Não dava para imaginar que seria dessa forma inacreditável.
Mais Semana 14:
Quatro Descidas: O que você precisa saber sobre a Semana 14 da NFL
Com ligamento do joelho rompido, Carson Wentz está fora da temporada
Packers vivos: Vitória sofrida na prorrogação abre caminho para volta de Aaron Rodgers
Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony ou no facebook – e ainda, nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.

